Os estudantes do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), estão realizando uma manifestação na manhã desta segunda-feira (11) no Módulo I da instituição.
Segundo eles, o ato tem como objetivo chamar a atenção da comunidade estudantil, além da reitoria, sobre um caso de assédio sexual que, segundo eles, aconteceu dentro do campus. Ao site Acorda Cidade, alguns estudantes que preferiram não se identificar, informaram que o caso envolve um professor do curso.
”Esta mobilização começou hoje por volta das 7h da manhã, e não tem previsão para encerrar. Iremos ficar aqui, até que tenhamos uma resposta da reitoria. Infelizmente aconteceu um caso de assédio sexual envolvendo um professor, e nós estamos aqui querendo a substituição, para que isso não venha a acontecer novamente, tanto que depois do ocorrido, a vítima não está mais frequentando as aulas teóricas que este professor ministra”, informou um dos estudantes.
Ainda de acordo com o grupo de estudantes, a reitoria da Uefs informou que abriu uma sindicância para apurar o fato. ”A reitoria se pronunciou informando que abriu um sindicância e estão aguardando o resultado, porém nós estamos aqui juntos nesta mobilização, pois temos certeza que eles estavam fazendo vista grossa com o caso. Só abriram a sindicância por conta da manifestação”, alegaram.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o chefe de gabinete da reitoria da Uefs, Magno Macambira, informou que a direção já recebeu a queixa formalizada, e uma comissão de sindicância está apurando o fato.
“A posição da reitoria é a posição de acolher qualquer tipo de queixa, qualquer tipo de demonstração dos alunos e de toda a comunidade no sentido de acolher e averiguar. A Universidade Estadual de Feira de Santana é completamente contrária a qualquer tipo de ação insidiosa sobre discentes, docentes e servidores de maneira geral. O trâmite é o trâmite da legalidade, assim que recebemos a queixa formalizada via departamento, esta queixa foi encaminhada ao núcleo de assessoria que dá todo o amparo jurídico, assim como todo tipo de processo de queixa vindo de qualquer membro da nossa comunidade. A assessoria jurídica orientou a abertura de uma comissão de sindicância, a comissão foi sorteada na semana passada e essa semana a gente está encaminhando a portaria para o Diário Oficial, para que o processo seja instaurado”, afirmou.
Ainda de acordo com o chefe de gabinete, esta sindicância tem o suporte da Procuradoria Geral do Estado. ”Vale ressaltar que o processo de sindicância é um processo de averiguação, que dá a todos em função da legalidade, o direito de ampla defesa. Finalizado o trabalho da comissão de sindicância, essa sindicância com a orientação do suporte da Procuradoria Geral do Estado, orienta ou não, a abertura de um processo administrativo”, pontuou.
Questionado sobre o afastamento do professor, Magno Macambira informou que esta ação ainda não pode ser realizada. ”O afastamento de imediato não é indicado, a não ser que a gente consiga ali no processo inicial da sindicância, encaminhando uma solicitação de afastamento e com o suporte da Procuradoria Geral do Estado, mas qualquer atitude ali gerada sem este suporte, prejudicaria o próprio pleito daquele que se percebe como vítima” concluiu.