Espancado após uma festa na área verde do Othon, em Salvador, na madrugada da última quarta-feira (3), o estudante de Direito e aluno do Núcleo Preparatório Oficiais da Reserva do Exército (NPOR) Cayan Lima Silva Santana, 19 anos, de Jequié, recebeu alta hospitalar na tarde desta segunda-feira (8), por volta das 17h30. Cayan estava internado no Hospital do Exército, em Brotas.
O pai da vítima, o advogado Ary Santana, morador de Jequié, afirmou que, mesmo após ter recebido alta hospitalar, o estudante ainda está muito debilitado e deve fazer novos exames nas próximas semanas. ”Ele vai ficar afastado das atividades militares e acadêmicas por 30 dias. Ainda está com a visão turva, um ponto de sangramento na parte traseira da cabeça, uma lesão no baço, o nariz quebrado e edema no pulmão. Ele está um pouco confuso, sem compreender o que houve”, relatou.
Por ainda estar confuso, segundo o pai, Cayan não consegue compreender como foi agredido. Por conta disso, deve adiar o depoimento o que deve fazer com que ele ainda demore a dar depoimento à delegada Lúcia Jansen, titular da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), unidade que apura o caso. ”Eu vejo que é impossível ele ser ouvido ainda nesta semana. Ele só deve falar com a delegada na semana que vem”, explicou Ary. De acordo com o promotor que cuida do caso, Davi Gallo, o jovem é o único envolvido no caso que ainda precisa ser ouvido pela delegada da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), Lúcia Jansen.
Cayan ainda deve permanecer em Salvador, onde mora, até o dia 17 de julho para acompanhamento médico. Após a data, ele vai viajar para a cidade de Jequié, no sudoeste do estado, onde mora a família. A alta hospitalar de Cayan é comemorada pelo seu pai. ”É uma sensação indescritível, pra quem viu ele na condição que estava, uma condição indigna. Agora, ter nosso filho em casa é o maior prazer que poderia ter sido dado”, disse.
O estudante de Direito foi agredido ao deixar a festa de música eletrônica Hype, realizada na Área Verde do Othon, em Ondina. O graduando em Arquitetura Gabriel Louzado, 19, também sofreu agressões dentro do evento. Ele desmaiou após ter sido alvo de socos e pontapés de um grupo de seis pessoas. O jovem foi atendido no Hospital Geral do Estado (HGE), de onde foi liberado na manhã seguinte.
Investigação
De acordo com com as testemunhas da agressão, a briga começou após um amigo de Cayan ter se envolvido com a ex-namorada de um dos agressores. A confusão teria se estendido para o lado de fora do evento, onde segundo os advogados da vítima, Cayan continuou sendo agredido mesmo depois de desmaiar na porta da festa. Cinco envolvidos no caso prestaram esclarecimentos à delegada na última quinta-feira (4).
Guilherme Machado, um dos suspeitos de ter cometido o crime, negou as acusações durante depoimento prestado quarta-feira (3). A delegada Lúcia Jansen afirmou, em entrevista à TV Bahia, que o suspeito relatou durante o depoimento que os amigos de Cayan teriam agredido um dos seus amigos, que é menor de idade, durante a festa. O possível agressor também foi submetido a exame de corpo de delito e orientado a fazer outros exames médicos, como ressonância magnética, por apresentar lesões corporais. As informações são do Correio