Sob fogo cruzado depois da revelação de que mantém contas bancárias secretas na Suíça, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz que seu direito de defesa está sendo atropelado e refuta a hipótese de deixar o cargo. ”Esquece, eu não vou renunciar. Eu já fui réu. Um ano depois, fui inocentado por unanimidade. Eu tenho direito à presunção da inocência, ela tem que valer para todos. O meu direito está sendo atropelado. Há uma seletividade. A minha pergunta é a seguinte: depois de um ano e oito meses de investigação, 39 inquéritos abertos, quem com foro, do PT ou do governo, está denunciado como eu? Tem alguém? Por que esse açodamento comigo? Obviamente há uma escolha”, afirmou à Folha. Sobre as possíveis contas na Suíça, o presidente foi direto: ”eu não vou cair na armadilha de alimentar essa discussão. Eu não vou tratar de especulações. A cada dia aparece uma história diferente. Eu estou sendo execrado por uma divulgação seletiva, vazada de forma criminosa, para tentar me constranger, como sempre. Meu advogado não quer que eu fale. Quando tivermos conhecimento dos fatos, ele falará por mim”. Questionado se oposição foi à casa dele para discutir o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Cunha negou. ”A oposição não foi à minha casa discutir impeachment coisa nenhuma. Todas as noites eu recebo deputados, tanto os que são radicalmente a favor do impeachment quanto os que são radicalmente contra. Desminto isso categoricamente. Senão fica parecendo que estou fazendo algum tipo de conspiração”.