O engenheiro Mário Marcelo Santos, de 45 anos, foi condenado a 27 anos de prisão, pela morte da administradora Cecília Haddad, à época com 38 anos. A sentença foi divulgada na madrugada desta quinta-feira (22), após o homem confessar o crime durante o julgamento. O crime aconteceu em abril de 2018, em Sidney, na Austrália.
O julgamento do caso aconteceu no Tribunal do Júri da Justiça Federal do Rio de Janeiro e a condenação foi proferida após dois dias de sessão. Mário confessou que asfixiou a então namorada. “Peguei o pescoço dela, apertei muito forte”, disse o homem, condenado por homicídio qualificado: por motivo torpe, asfixia, feminicídio e ocultação de cadáver. Todas as informações são do Metrópoles.
Depois de morta, a vítima teve o corpo abandonado, amarrado a pesos, e jogado em um rio da cidade australiana. Mário se disse arrependido do crime e chorou ao lembrar da morte da ex. A defesa do engenheiro disse que vai recorrer da decisão.
PEDIDO DE PERDÃO
Durante o julgamento, Mário Marcelo pediu perdão aos amigos e à família de Cecília e disse que busca entender por que matou a ex. Segundo ele, o casal teve uma briga quando ele foi buscar o passaporte na casa dela, pois tinha um voo para o Brasil no dia seguinte. Na discussão, apertou o pescoço dela e ela caiu.
”Nessa hora, eu fui em direção, na tentativa de calar a boca dela, mas, infelizmente foi quando houve a tragédia. Caiu molinha nos meus braços, não lembro se ela chegou a bater a cabeça no chão. Peguei ela, desesperado e coloquei no sofá (…) Ela não acordava [chora muito]. Tentei fazer massagem nela, não sei se fiz certo ou não, para ver se ela acordava. Eu fui lá para pegar o passaporte e, infelizmente, deu tudo isso”, disse o réu.
O irmão de Cecília, João Miller Haddad, que acompanhou o julgamento, afirmou que as lágrimas do engenheiro são falsas. “Ficamos muito emocionados e chocados de ver a desfaçatez dele e a frieza que ele tem de chorar ali e no instante seguinte parou de chorar. Quando houve outro questionamento, as lágrimas pararam, ele mudou a cara e deu para ver que foi falsidade dele”, disse o irmão da vítima à TV Globo.
A mãe de Cecília, Maria Müller, passou mal e precisou ser retirada do plenário. Ainda de acordo com o engenheiro, depois que chegou ao Brasil buscou ajuda psiquiátrica e psicológica para entender por que cometeu o crime.
De acordo com as investigações da polícia australiana, Santoro asfixiou Cecília em casa e jogou o corpo dela no rio Lane Cove, em Sidney, a 8,3 quilômetros da casa onde ela morava. Ela teve pesos amarrados ao corpo.
Depois de matar a namorada, Santoro pegou o carro de Cecília foi até em casa, trocou de roupa e abandonou o veículo numa estação ferroviária. Depois, arrumou as malas e retornou ao Brasil.
O engenheiro chegou ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, no dia seguinte, 29 de abril, duas horas depois do corpo de Cecília ser encontrado na Austrália. As investigações dos policiais australianos levaram a uma série de evidências, segundo os policiais, de que Santoro foi o autor do crime.
Entre as provas levantas pela polícia da Austrália estavam o sinal do telefone dele, que aparece no local onde estava o corpo; pegadas molhadas no chão da casa com pegadas semelhantes as encontradas no local do crime; vestígios de detritos dentro do carro e um molho de chaves jogado pelo engenheiro pela janela do Uber, que o levou para o aeroporto. Santoro, segundo o depoimento do motorista do veículo, se aproveitou do momento em que passava por uma ponte e jogou as chaves do carro em um rio na Austrália.
As provas foram compartilhadas entre os dois países e em 7 de julho, o engenheiro foi preso pela Polícia Civil do RJ na casa de um amigo, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Desde então, ele está preso em Bangu 8, uma das unidades do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.