As primeiras provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 terminaram neste domingo (5), com 273 participantes eliminados. Em 2016, ao final do primeiro dia, o exame já registrava 3.942 eliminações, e outras 4.780 no segundo dia. A aplicação, tranquila e sem ocorrências graves, justifica a ampliação e a diversificação da estratégia de segurança adotada a partir desde ano. O Enem 2017 estreou a prova personalizada e o uso de detectores de ponto eletrônico e teve a maior cobertura de detectores de metal desde que o recurso começou a ser usado: 100 participantes por detector. Do total de eliminados, 264 o foram por descumprimento de regras gerais do edital e nove por porte de objetos proibidos identificados pelo sistema de detecção de metal. Para o ministro da Educação, Mendonça Filho, o modelo do Enem aplicado em dois domingos está se mostrando bem interessante, com grande aceitação dos participantes e aprovação geral positiva. ”Temos uma clara percepção de satisfação, por parte dos candidatos, sobre a divisão da aplicação do Enem em dois domingos”, afirmou. ”Nós continuamos acompanhando e assegurando que a segunda etapa, no próximo domingo, dia 12, vai ocorrer dentro da mesma normalidade e tranquilidade para os estudantes de todo o país.” Mendonça Filho reforçou que o dia de provas transcorreu de forma calma e tranquila em todo o país. ”Foram poucos casos e situações que exigem uma atenção operacional a mais por parte dos consórcios e de todo o Ministério da Educação, que está mobilizado, via Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, autarquia vinculada ao MEC], para a aplicação do Enem 2017. Isso se traduz em mais tranquilidade para os estudantes que estão se submetendo ao exame.”
Abstenções – Do total de 6.731.344 inscritos confirmados no dia da prova, 69,8% compareceram. Desse montante, 15% não chegaram a acessar o cartão de confirmação de inscrição para saber o local de prova. A abstenção de 30,2% no primeiro dia reforça a importância das novas regras de isenção e justificativas de ausência lançadas este ano. O participante isento do pagamento da taxa de inscrição do Enem 2017 que não compareceu às provas e não justificar essa ausência do sistema de inscrição do Enem 2018, por meio de documento legal, perderá o direito a nova isenção. Não estão incluídos nessa regra os concluintes do ensino médio na rede pública, que são automaticamente isentos, conforme Portaria Ministerial nº 468, de 3 de abril de 2017; e Edital nº 13, de 7 de abril de 2017. No ano passado, o prejuízo aos cofres públicos com a ausência de participantes foi superior a R$ 226 milhões. Uma média de 50% dos participantes que solicitaram a isenção em 2016 não compareceu.
Redação – Além da redação, que teve como tema ”Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, os participantes fizeram provas de Linguagens, códigos e suas tecnologias e Ciências humanas e suas tecnologias. A presidente do Inep, Maria Inês Fini, comemorou o tema da redação, que permitiu aos candidatos refletirem sobre a inclusão e a educação, e destacou o retorno que de alguns estudantes: ”Muito me conforta, como educadora, receber de milhares de jovens tantos parabéns pelo tema da redação. Fiquei, particularmente, muito feliz com os candidatos que saíram da prova e se manifestaram de forma positiva sobre o tema.” Mendonça Filho avaliou o tema da redação como positivo, inclusivo e importante por levantar uma questão que envolve cerca de 10 milhões de brasileiros com surdez ou deficiência auditiva. Destacou que esse tema coloca um debate interessante junto à própria sociedade: ”Nós temos uma segunda língua no Brasil, além do português, que é a língua brasileira de sinais (libras) e é importante que todos possam ter acesso à educação. Eu acho que de forma propositiva e muito afirmativa, o MEC coloca esse tema em debate junto à juventude do nosso país”. Mendonça Filho lembrou que o Plano Nacional de Educação (PNE) prevê a educação especial e leva em consideração a questão das pessoas surdas ou com alguma deficiência auditiva: ”Temos políticas públicas históricas nessa direção. Na programação da definição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), queremos incluir um reforço na questão da linguagem de sinais, algo muito positivo na missão de inclusão de brasileiros que hoje são surdos ou tem alguma deficiência auditiva”. O tema da redação consolida uma série de ações que o MEC, por meio do Inep, estreou nesta edição. A política de acessibilidade do Enem foi reforçada com a oferta de um novo recurso: a videoprova traduzida em língua brasileira de sinais (libras), escolhida por 1.635 participantes. O Enem 2017 teve 4.390 solicitações de atendimento especializado para surdez e 4.390 para deficiência auditiva.