Em eleição marcada por dois turnos, Nelson Portela é eleito presidente do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Vale do Jiquiriçá

Celson Coelho, Sandro Silva, Nelson Portela, Marcos e João. Foto: Marcos Frahm

Após uma disputa acirrada desde entrevistas à imprensa e uma eleição com dois turnos, marcada por uma polarização de influências, alteração de regras, ação judicial e tensão entre integrantes da base governista o prefeito de Maracás, Nelson Portela (PT) foi eleito nesta sexta-feira presidente do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Vale do Jiquiriçá – CONVALE, entidade que congrega 20 municípios e é responsável, entre outros serviços, por recuperação de estradas e celebração de convênios entre prefeituras e governos. Em ato realizado no salão de eventos da Pousada Menina Bonita, em Maracás, Nelson obteve 09 votos contra 08 conquistados por Antônio Sampaio (Avante), prefeito reeleito de Irajuba, mas o número de votos não atingiu o quórum, ou seja, não conquistou a maioria absoluta exigida pelas regras do Consórcio e a disputa foi para o segundo turno, quando a maioria simples decide pela vitória, sendo repetida a votação, 09 votos a 08, garantindo a eleição de Nelson, que já havia presidido o Consórcio até dezembro de 2013, época do seu segundo mandato consecutivo pela Prefeitura de Maracás, quando a entidade era denominada de Associação dos Prefeitos do Vale do Jequiriçá – Mercovale.

O resultado da disputa desta sexta-feira foi confirmado por volta das 18h. Aquela altura o clima era de incertezas  e o processo de votação teve a participação de 17 dos 20 prefeitos, os gestores de Itaquara, São Miguel das Matas e de Lafaiete Coutinho não participaram da votação, não compareceram. A chapa liderada por Nelson tem Sandro Silva (PT), de Santa Inês, como vice-presidente, Marcos Queiroz (PP), de Milagres, como vice-presidente administrativo, João Carlos (PT), de Mutuípe, como 1º secretário e Celso Coelho (Avante) de Cravolândia como 2º secretário. A chapa derrota teve como candidato a presidente Antônio Sampaio (PP), de Irajuba, Marquinhos Senna (PP), Lagedo do Tabocal, Lucas Leal (PSB), de Jiquiriçá e Ricardo Cerqueira (Avante), de Brejões. Para registrar a candidatura Nelson teria impetrado um mandado de segurança e a ação foi acatada pela Justiça local, em decisão proferida nesta sexta pelo juiz de Direito Leonardo Brito Pirajá de Oliveira. Entre as regras exigidas pelo protocolo e que impediram a participação de Portela, uma delas exigia que apenas prefeitos reeleitos deveriam disputar.

Nelson, que em outubro de 2024 numa entrevista ao Blog do Marcos Frahm teria prometido ingressar na Justiça, contestava as cláusulas e dizia que houve alteração das regras em 12 de setembro deste ano e que isso seria inconstitucional. O agora ex-presidente do CONVALE, Danilo Italiano (PSD), de Nova Itarana, negava que houvesse irregularidades, que a mudança teve anuência dos prefeitos que integravam o CONVALE Até 2024 e com o resultado da ação o consórcio não teve tempo hábil para reverter a decisão judicial, que deu a Nelson o direito de concorrer. Coordenador de consórcios Saúde do estado da Bahia até abril de 2024, quando foi exonerado do cargo que exercia através da SESAB para se candidatar em Maracás Nelson é figura com forte influência junto ao ministro Rui Costa (PT) e ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas negou, depois de eleito presidente que teve interferência do Governo. ”O meu sentimento é de alegria, tentamos um consenso, não foi possível. A eleição acabou, agora é trabalho para todos os municípios. Prevaleceu o estatuto antigo. Estou do lado de Jerônimo, de Rui Costa, o governador é amigo de Sampaio, nós somos do mesmo lado, não houve interferência, eu pedi os votos, ele pediu e graças a Deus eu venci”, disse.