O presidente Jair Bolsonaro desceu à rampa do Palácio do Planalto neste domingo (3), sem máscara, desrespeitando todas as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) para cumprimentar manifestantes em seu favor. Os apoiadores protestavam contra o Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que saiu do governo denunciando a interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal. Bolsonaro disse que tem o apoio do povo e das Forças Armadas e que “chegou no limite”. O ato reuniu milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios.
”Peço a Deus que não tenhamos problema essa semana, porque chegamos no limite. Não tem mais conversa, ok? Faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço, e ela tem dupla mão. Não é a mão de um lado só não”, afirmou, dizendo, em seguida, que irá nomear na próxima segunda-feira (4/5) o novo diretor geral da Polícia Federal (PF).
Bolsonaro deixou o Alvorada e foi ao Palácio do Planalto no momento em que os manifestantes faziam uma grande concentração em frente ao Palácio do Planalto, portando bandeiras e faixas em apoio ao presidente e contra o STF, Moro e Maia.
Isolamento ignorado
Na contramão das recomendações do Ministério da Saúde e da OMS, centenas de pessoas que estavam na porta do Palácio faziam parte de uma carreata que houve mais cedo na capital. A manifestação ignora as orientações de distanciamento social, com muita gente sem máscara ignorando totalmente as medidas para frear a disseminação do novo coronavírus. O próprio ministro da Saúde, Nelson Teich, disse na semana passada que a pasta nunca mudou a orientação de manter o isolamento social.