O senador eleito e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), atribui a ACM Neto (DEM) o revés imposto aos aliados do prefeito de Salvador nas eleições deste ano. Para o petista, o maior erro do grupo foi o próprio Neto —fiador da candidatura do ex-prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo (DEM), desbancado por Rui Costa (PT) na disputa pelo Palácio de Ondina, e presidente da coligação de Geraldo Alckmin (PSDB), derrotado no primeiro turno da corrida presidencial. ”Quem acabou com o grupo foi ele. Eu continuo dizendo: ele tomou a decisão correta, no meu juízo. Tanto que eu completei meu segundo mandato. Na minha opinião, ele teria que terminar o segundo mandato. Só não tinha que avisar 7 de abril. Ele tinha que ter avisado em julho de 2017. Aí não sei porque ele deixou pra 7 de abril. Tem várias teorias. Ele ficou com medo? Ele estava ameaçado? Aí eu não sei, porque não é da minha conta. Eu não conheço o fórum íntimo dele”, declarou Wagner ao site bahia.ba, durante entrevista nesta sexta-feira (26), no seu escritório, em Salvador. Segundo o coordenador da campanha de Fernando Haddad à Presidência, o chefe do Executivo municipal e presidente nacional do Democratas passou uma imagem de ”covarde” ao recuar do pleito estadual. ”Agora, alguém que lidera um grupo dizer ‘é você, é você, é você’ aprisiona o surgimento de novas lideranças. Depois, quando chega na hora da eleição, diz que não vai ser mais. Aí tem que sair correndo. Ele decepcionou não foi a mim, não. Ele decepcionou os torcedores dele. Passou a imagem de covarde”. ”Ele facilitou, mas, mesmo que fosse candidato, na minha opinião, a votação de Rui estaria entre 65% e 70% dos votos. Mesmo que fosse ele. Não sei se foi esse elemento que fez ele não ser candidato. Pra mim, o grande erro foi do líder do grupo”, avaliou Wagner. Questionado sobre o possível futuro do grupo do prefeito, ironizou: ”Provavelmente, vai ter gente do grupo dele que vai quer ser presidente você sabe de que partido, do PSL na Bahia”.