O advogado do presidente Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, voltou a declarar que seu cliente não cometeu crimes, após a leitura do parecer favorável à admissibilidade da denúncia contra Temer pelo crime de corrupção passiva. Ele desqualificou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e alegou que ela é fruto de interesse político, ”de queda de alguém que está no poder”. ”O conteúdo é um nada acusatório. Precisaram seus acusadores recorrer à ficção. Criaram hipóteses, levantaram suposições. E eu tiro meu chapéu, porque criaram uma obra de ficção”, criticou. O advogado destacou que o presidente não recebeu valores ilícitos pagos pelo empresário Joesley Batista, sócio do frigorífico JBS. ”O presidente da República recebeu a quantia de R$ 500 mil. Mentira! Os R$ 500 mil foram devolvidos por quem os pegou. Que R$ 500 mil são esses? Outros 500 mil reais?”, bradou o advogado, em referência à suspeita de que o montante recebido em uma mala pelo ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, seria encaminhado ao presidente. ”É mentira que o presidente da República haja recebido um vintém”. Mariz também reclamou das argumentações feitas pela PGR a partir do encontro entre Temer e Joesley no Palácio do Jaburu. Ele defendeu que não há problema no fato de Temer ter recebido o empresário Joesley Batista durante a noite e voltou a declarar que a gravação feita pelo sócio da JBS é ilícita. ”Esta gravação por si só representa que o presidente da República cometeu algum crime? Mostra algum indício? O presidente da República não pediu nada, o presidente da República não recebeu nada, o presidente da República não agiu em nome de ninguém”, sustentou.