A CPI da Petrobras aprovou, nesta quinta-feira (5), 109 dos 340 requerimentos apresentados, deixando de fora pedidos relacionados a convocação ou quebra de sigilos fiscal e telefônico de políticos e empreiteiros supostamente envolvidos no esquema de corrupção. De acordo com Agência Estado, a sessão durou cinco horas e foi marcada por bate-boca entre os deputados. A primeira das 23 convocações aprovadas é a do ex-gerente Pedro Barusco, que deve ser ouvido na terça-feira. Ainda conforme a Agência Estado, estão entre as prioridades da CPI os ex-presidentes da estatal Graça Foster e José Sergio Gabrielli e a presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, além do doleiro Alberto Youssef e dos ex-diretores Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada, Renato Duque e Nestor Cerveró. A lista de convocação inclui o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão. Os requerimentos que pedem a convocação dos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci e dos empreiteiros que estão detidos desde novembro não foram apreciados. ”Está se evidenciando um acordão na CPI para ela não ir fundo, ao contrário do que propalam seus principais componentes”, disse o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ). O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), negou a intenção de proteger alguém. ”Coloquei todos os requerimentos na pauta. Os líderes partidários, em comum acordo com o relator, resolveram priorizar requerimentos em que havia comum interesse tanto do relator quanto da oposição”, disse Motta. Segundo o presidente, os demais requerimentos continuam na pauta e serão apreciados nas próximas sessões. Na lista de pedidos aprovados também está o que solicita a contratação da multinacional Kroll para investigar crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Motta negou-se a estender a investigação da CPI ao governo de Fernando Henrique Cardoso, como queriam os petistas.