A expectativa da bancada feminina na Câmara Federal na noite de ontem (16/6) era de que a sessão que votava a reforma política poderia entrar para a história do parlamento, mas não foi o que se viu. A emenda 57 apresentada pela bancada previa uma cota percentual de vagas no Legislativo para as mulheres, mas o ponto foi reprovado. Foram apenas 293 votos a favor do texto, mas o mínimo necessário era de 308. Houve 101 votos contrários e 53 abstenções. Para a deputada Alice Portugal, o resultado da votação mostrou um plenário ainda conservador e machista. ”Conservadorismo, machismo e medo”, desabafou a comunista nas redes sociais. O texto da emenda previa uma reserva de vagas para as mulheres nas próximas três legislaturas. Na primeira delas, de 10% do total de cadeiras na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas estaduais, nas câmaras de vereadores e na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na segunda legislatura, o percentual subiria para 12% e, na terceira, para 15%. As vagas deveriam ser preenchidas pelo sistema proporcional. Se a cota não fosse preenchida, seria aplicado o princípio majoritário para as vagas remanescentes.