O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), manteve nesta terça-feira (9) o afastamento do juiz Eduardo Cubas, que, às vésperas do primeiro turno, tentou recolher urnas eletrônicas. A decisão do juiz de Formosa (GO) seria proferida em uma ação popular que questiona a segurança e a credibilidade das urnas eletrônicas. Ele pretendia mandar o Exército recolher o equipamento. A AGU (Advocacia-Geral da União) foi informada e pediu ao CNJ o seu afastamento. A corregedoria o afastou e, agora, o plenário do CNJ manteve a decisão. Ele tem 15 dias para apresentar sua defesa. “Não tenho nenhuma relação com a família Bolsonaro. Tenho apenas gratidão para com a família Bolsonaro”, disse Cubas a jornalistas nesta terça, acrescentando que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) questionou a modificação das 10 medidas contra a corrupção. A desconfiança acerca das urnas eletrônicas é tema de diversos questionamentos pelo clã Bolsonaro. A AGU juntou aos autos um vídeo no qual o juiz aparece ao lado de Eduardo Bolsonaro questionando a segurança e a credibilidade das urnas eletrônicas – “manifestando, portanto, opinião político-partidária incompatível com a função de juiz”, diz o órgão. Cubas não explicou como foi feito o convite para gravarem vídeos juntos. Ele disse que já fez vídeo com o senador Renan Calheiros (MDB-AL) em defesa do fim dos penduricalhos da magistratura e que não se recorda de ter feito gravações com integrantes do PT. Magistrado do Juizado Especial Federal Cível de Formosa (GO), Cubas não atua na Justiça Eleitoral e não tem competência para decidir temas relativos à eleição, segundo a AGU. Além isso, ele deixou de digitalizar os autos da ação popular, conferiu ao processo sigilo judicial sem qualquer fundamento legal, não intimou a União para tomar conhecimento da ação e foi ao Comando do Exército, em Brasília, para antecipar o conteúdo da decisão que daria em 5 de outubro, segundo a AGU. Cubas disse ainda que um grupo fez apuração paralela de votos e concluiu que Jair Bolsonaro ganhou a eleição no primeiro turno. No entanto, os votos que elegeram os filhos de Bolsonaro foram computados corretamente, acrescentou. Ele não explicou quem faz parte desse grupo que apurou os votos e nem se a totalização paralela foi feita todas as 500 mil urnas do país.