A folia começa oficialmente na quarta-feira, mas quem esteve entre a Ondina e a Barra neste domingo (19) garante “que já é carnaval cidade”. Não houve espaço para quem quis ficar à beira mar na orla de Salvador. As ruas transversais ficaram lotadas de crianças, adolescentes, adultos e idosos que juntos transformaram a pré-folia em um “Furdunço”, nome oficial da festa que já está na sua quarta edição. A organização estimou um público de um milhão de pessoas. Neste ano, foram 41 atrações na rua desfilando no contrafluxo do Circuito Dodô (Barra-Ondina), saindo da região do Clube Espanhol, em Ondina, e seguindo para o Farol da Barra. As atrações mais esperadas fizeram o público se apertar e se alguém levou pisão no pé “ninguém quis saber quem foi”. O pagodeiro Léo Santana, que estreou na festa na melhor fase da sua carreira, era esperado desde cedo por centenas de fãs que se arriscavam até mesmo nos morros que ficam no entorno no circuito para acompanhar o “rei das santinhas”. BaianaSystem, que já tem participação cativa no Furdunço, voltou a arrastar uma multidão que “agradeceu, “merci beaucoup”. Ao longo do desfile, houve sons para todos os gostos. O trio Armandinho Dodô e Osmar fez o “chame gente” que, por mais um ano, fez o público relembrar os sucessos de antigos carnavais. Na mesma pegada, o ‘Bailinho de Quinta’ foi seguido por uma multidão que com confetes e serpentinas dançou marchinhas tradicionais da folia. Na região do Cristo, quem também marcou passagem foi a banda Eva. O repórter que arriscou circular pela região foi surpreendido pelo momento em que o cantor Felipe Pezonni cantou a música mais tradicional do grupo e que dá nome à banda. Não houve para andar, nem teve como fugir. O jeito foi pular junto com os fãs que quase enfrentaram “o fim da aventura humana na Terra”. Ainda teve espaço para grupos tradicionais como Alavontê, Vitrola Baiana, Batifun, Banda Aiyê, Quebales, além da cantora Amanda Santiago.