A crítica situação do Mercado do Produtor de Jaguaquara pode piorar consideravelmente. Como se não bastasse os graves problemas estruturais que se arrastam ao longo dos últimos anos, os trabalhadores terceirizados, que atuam no órgão estadual como vigilantes e na área de limpeza, alegando atrasos de 4 meses em seus salários, anunciam que vão paralisar suas atividades nesta quinta-feira (24/11). Caso isto ocorra, a crise ficará ainda mais exposta aos olhos da população regional e baiana que poderá ter o abastecimento do mercado de hortifrutigranjeiros prejudicado, pois Jaguaquara é um dos principais fornecedores do Estado.
Em relação às reclamações quanto ao estado de conservação do Mercado do Produtor – Ceasa, o Blog Marcos Frahm teve acesso a informações que evidenciam a grave crise que vem se perpetuando pela ausência de investimentos e problemas de gestão. O relatório, resultado de uma visita técnica de um servidor da SUDIC – Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial – apresenta ponto a ponto o que foi observado na Ceasa. Cita a necessidade de melhor observação no funcionamento, gestão, rotinas, controle e cobranças. A cobrança é considerada complexa e confusa e precisa, segundo o relatório, ser reajustada e defende mudanças na forma de cobrança. Outro ponto crucial são os gastos excessivos com transporte, limpeza, conservação, manutenção e serviços de terceiros. A defesa de imediatos investimentos é justificada pela importância da Ceasa para o município de Jaguaquara. O Mercado do Produtor é responsável por uma receita mensal de nada menos do que R$ 20 milhões e geração de aproximadamente 1500 empregos diretos e indiretos, conforme dados divulgados do referido relatório a que este Blog teve acesso com exclusividade.
O Blog Marcos Frahm buscou outras informações junto a várias outras fontes. Uma delas nos disse que o Governo do estado tenta se livrar do Mercado do Produtor, tentando passá-lo para a iniciativa privada, pois o órgão possui um déficit mensal de mais de R$ 18 mil, conforme aponta o relatório, revelando ainda que, nos boxes existentes na Ceasa, que são alugados a comerciantes, as contas de água e luz são pagas pelo Governo. Ocorre que o leilão realizado recentemente fracassou por falta de oferta. Outro problema é a disputa política pela indicação do cargo de diretor, atualmente sob a responsabilidade do deputado Marcelino Galo (PT). Fomos informados que o prefeito Giuliano Martinelli (PP) tem interesse de promover a substituição da atual gestora, mas não tem logrado êxito junto ao governador Rui Costa. Na disputa, entre o grupo de Galo e Martinelli, o empresário Ricardo Lealdade, que inclusive atua no ramo de hortifrutigranjeiro, amigo pessoal do governador, e líder do PT local seria quem estaria segurando a pendenga, para o grupo que gerencia a Ceasa não cair. Enquanto falta entrosamento entre Prefeitura e Governo do Estado, a Ceasa de Jaguaquara passa por um processo de degradação nunca visto. Desde a noite de ontem, quarta-feira, os terceirizados contratados pela empresa Vipac, protestam com cartazes contra o Governo e impedem o acesso de veículos na entrada da Ceasa. Procurada, a Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Governo do Estado da Bahia, informou a redação que a Vipac apresenta pendências documentais e não regularizou a situação junto ao Estado para pagamento por parte da Sudic, que o setor jurídico da Superintendência já está adotando as medidas cabíveis com relação à Lei Anti-Calote, de maneira que os funcionários não fiquem sem receber os seus proventos.