Com força feminina, atividade pesqueira está presente em quase 70% dos municípios baianos; veja ranking

Reportagem detalha atividade pesqueira na Bahia. Foto: Celia Santos / Bahia Pesca

A atividade pesqueira, composta pela pesca (artesanal ou industrial) ou aquicultural, está presente em quase 70% dos municípios baianos. Em números absolutos seriam 288 dos 417 municípios do estado com ao menos um pescador registrado pelo do Painel Unificado da Atividade Pesqueira, gerido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o equivalente a 69%.

O levantamento, atualizado na última quarta-feira (9), utiliza dados dos sistemas: PesqBrasil (Pescador e Pescadora Profissional) e o Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira (SISRGP). Ao total, 147.161 baianos estão registrados como pescadores ou aquicultores, e 41,1% deles está registrado nas dez cidades com maior concentração de pescadores do estado. São elas: Sento Sé, Salvador, Xique-Xique, Vera Cruz, Salinas da Margarida, Ibotirama, Bom Jesus da Lapa, Maragogipe, Casa Nova e Santo Amaro.

Sento Sé, no sertão do São Francisco, é a cidade com maior número de pescadores registrados no estado. Ao total são 7.915, sendo 4.286 mulheres e 3.629 homens. Já a capital baiana, Salvador, aparece na segunda colocação, com 6.979 trabalhadores registrados no painel, sendo 4.605 mulheres e 2.374 homens.

Também às margens do Rio Francisco, a cidade de Xique-Xique, na região de Irecê, possui 6.436 pescadores. Ao total, são 3.045 mulheres, 3.390 homens e um com gênero indefinido. De volta ao litoral, Vera Cruz, município da região metropolitana de Salvador (RMS), possui 6.337 registros de pescadores, sendo 4.201 mulheres e 2.136 homens.

Em Salinas da Margarida, no Recôncavo baiano, 3.813 mulheres e 2.416 homens estão registrados como trabalhadores da atividade pesqueira, totalizando 6.229 pescadores. As cidades de Ibotirama e Bom Jesus da Lapa, ambas na região do Velho Chico, possuem, respectivamente, 5.870 e 5.526 registros. Sendo destes, 3.212 mulheres e 2.656 homens em Ibotirama; e 3.074 registros femininos e 2452 masculinos em Bom Jesus da Lapa.

Também no Recôncavo, Maragogipe ocupa a 8° posição do ranking, com um total de 5.290 trabalhadores da pesca, divididos entre 3.388 mulheres, 1.901 homens e um gênero indefinido. Em Casa Nova, no sertão do São Francisco, no norte do estado, foram registradas 2.448 mulheres e 2.822 homens na atividade pesqueira, totalizando 5.270 trabalhadores.

Por fim, Santo Amaro, no Recôncavo, registrou um total de 4.629 pescadores, sendo eles 3.259 mulheres, 1.369 homens e um gênero indefinido.

RAIO-X DA MÃO DE OBRA FEMININA
Conforme os dados, a mão de obra feminina na pesca representa 57,57% dos trabalhadores registrados no MPA. O levantamento aponta que em 150 dos 288 municípios em que a atividade pesqueira foi registrada, as mulheres são maioria (51% ou mais), no entanto, em algumas cidades, a média supera o índice estadual.

Ao total, 120 municípios possuem mais de 57% da força de trabalho da pesca registrada como feminina. Destas, em 59 cidades baianas, todos os registros de profissionais da pesca são femininos, a exemplo de Dias D’ávila, São Sebastião do Passé e Oliveira dos Brejinhos.

Além destas, em que a participação da mulher é totalitária, as dez cidades com maiores índices de participação feminina na pesca são: Jaguarari, município do Piemonte Norte do Itapicuru, com 86%, sendo 6 registros femininos e 1 masculino; no baixo sul, o município de Presidente Tancredo Neves, possui 5 mulheres registradas e 1 homens, totalizando 83% de dominância; na região Metropolitana de Salvador (RMS), Candeias desponta com percentual de 81% de mão de obra feminina, sendo 985 mulheres registradas e 231 homens; Amélia Rodrigues, município no Portal do Sertão, onde 4 registros femininos e 1 masculino foram contabilizados, a margem é de 80%; em Santa Luzia, no litoral sul, as mulheres são 78% de trabalhadoras, sendo 7 frente a apenas 2 homens.

Em sexto lugar, Iaçu aparece com uma dominância feminina de 75%, com 3 registros femininos e 1 masculino; o mesmo cenário se repete em Pojuca, na região Metropolitana de Salvador; também na RMS, São Francisco do Conde registrou 2510 pescadoras em detrimento de 868 pescadores e um com gênero indefinido, totalizando uma 74% de mão de obra feminina; em São Félix, no Recôncavo, o índice também é de 74%, com 105 mulheres e 37 homens; de volta a região Metropolitana da capital, Simões Filho contabiliza 79 registros femininos e 28 masculinos, chegando a 74% de dominação feminina.

BAHIA DA PESCA
Em comparação com outros estados do Brasil, a Bahia possui a 3° população de pescadores do país. O ranking, que é dominador majoritariamente por estados do eixo Norte-Nordeste, é liderado pelo Maranhão, com mais de 590 mil trabalhadores da pesca registrados. Em seguida vem o estado do Pará, com mais de 347 mil pescadores.

Atrás da Bahia, fechando os cinco primeiros estados, despontam: Amazonas, com mais de 120 mil trabalhadores da atividade pesqueira; e o Piauí, com 67.400 pescadores registrados.

*Por Eduarda Pinto / Bahia Notícias