A eleição para a prefeitura de São Paulo rompeu as barreiras estaduais e tem promovido debates por todo o país. A Bahia não está de fora da discussão, que envolve o atual prefeito da cidade Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), melhores colocados na disputa. Com isso, mesmo com orientações expressas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), lideranças políticas da Bahia não têm acompanhado o capitão.
Com ápice no último sábado (7), em ato da comemoração da Independência do Brasil, organizado por aliados de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, o evento contou com a presença de diversas lideranças da Bahia. Ao lado de assessores, Marçal não subiu ao palanque onde estavam concentradas todas as autoridades, inclusive o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição e com apoio de Bolsonaro.
Entre os ”apoiadores” de Marçal na Bahia, que fizeram menção ao candidato em São Paulo, estão o deputado federal Capitão Alden (PL), o deputado estadual Diego Castro (PL) e a ex-candidata ao Senado pela Bahia Raíssa Soares. Alden indicou em postagem nas redes sociais a presença de Marçal no evento no último sábado e comentou que o ex-coach seria ”o candidato da direita paulista”. Alden esteve no evento.
Já o deputado estadual Diego Castro, que também esteve no evento na Avenida Paulista, apontou que o ato seria em defesa “da liberdade e da verdadeira independência”. Ao lado de seu assessor Alexandre Moreira durante o ato, Diego registrou sua passagem pela capital paulista. Alexandre utilizava o tradicional boné com a letra “M”, criação de Pablo Marçal e fez questão de posar ao lado do parlamentar.
Além deles, a senadora Raíssa Soares também foi autora de uma postagem. Soares fez questão de indicar: “A piada virou pesadelo”. A referência ao candidato em São Paulo é acompanhada por um vídeo de Marçal sendo aplaudido pelo público presente na Avenida Paulista. ”Esse jovem nos faz revisitar a missão para a qual fomos programados: pregar, nos eleger e disseminar a verdade (…) A lição está aprendida, Pablo. Não vamos nos vender ao senhor do mundo, que usa partidos políticos para nos enfraquecer e fazer-nos ser esquecidos”, disse.
Inclusive, recentemente, a tensão interna no PL pode causar a saída de seus quadros. O primeiro grande nome que pode deixar o partido é a própria Raíssa Soares, ex-candidata ao Senado em 2022. Com público focado majoritariamente no extremo sul da Bahia, mais precisamente em Porto Seguro, Raíssa pode estar de malas prontas, com duas possibilidades de destino: Republicanos ou Novo.
Em nota, a assessoria do ex-presidente indicou que ”os candidatos a prefeito de São Paulo foram convidados”. ”O atual prefeito Ricardo Nunes e Maria Helena compareceram desde o início e tiveram uma conduta exemplar e respeitosa, à altura das pautas defendidas: ‘liberdade, anistia e equilíbrio entre os três Poderes”, completou.
”O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso (com o evento já encerrado) quando então surgiu o candidato Pablo Marçal que queria subir no carro de som e acenar para o público (fazer palanque as custas do trabalho e risco dos outros), e não foi permitido por questões óbvias”, indica o ex-presidente.
Marçal, que foi de helicóptero ao evento, apareceu na esquina da avenida Paulista e a rua Peixoto Gomide. Havia dúvida sobre a sua presença, já que ele tinha viajado para El Salvador durante a semana. Contudo, dias antes da manifestação os organizadores disseram que ele iria. ”Fui surpreendido com o impedimento do acesso ao caminhão”, afirmou o candidato, em nota. Durante a semana, contudo, Bolsonaro havia divulgado um vídeo no qual dizia que todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo poderiam subir, mas sem discursar.