A churrascaria Steak Bull, que recebeu uma comitiva do presidente Michel Temer na noite deste domingo, tem entre seus fornecedores uma das empresas investigadas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. O presidente foi ao local após uma reunião para avaliar o impacto das investigações no Palácio do Planalto, acompanhado de embaixadores de países que mais importam carnes brasileiras. Todos os cortes servidos na casa são de origem nacional, de acordo com o gerente, Paulo Godoi. Segundo ele, as carnes são compradas da Marfrig, Minerva e da JBS. No entanto, após a operação, Godoi afirmou que pediu a redução de compras da JBS — que responde por 20% do fornecimento do estabelecimento. ”Eles tinham um centro de distribuição em Brasília, mas não têm mais. Ficou difícil a logística e diminuímos para 20%. Nunca tivemos problema de qualidade com nenhum dos nossos fornecedores”, disse Godoi à Folha de SP. ”Mas não estou defendendo uma empresa ou outra. Até por isso, após a operação, na sexta-feira mesmo fiz um pedido para procurarmos outros fornecedores e reduzirmos a parte da JBS”, completou. Segundo o gerente, a churrascaria às vezes também compra picanha australiana, dependendo dos preços no mercado, o que rendeu uma brincadeira do presidente com os funcionários. ”A compra da picanha australiana é feita em momentos oportunos de preço menor, com qualidade igual”, disse Godoi. ”Ele brincou, perguntou e disse que a carne brasileira é muito melhor que a australiana e disse para valorizarmos o produto nacional. Deu tudo certo, foi legal terem vindo”. Além de picanha, o presidente se serviu de alcatra, fraldinha, linguiça e carne de cordeiro. A comitiva de 54 pessoas movimentou o restaurante. Na sexta (17), dia em que a operação foi deflagrada, a procura foi abaixo do normal. ”Quando saiu a notícia da operação na sexta, o movimento foi bem abaixo do esperado. No sábado, voltou um pouco e hoje foi normal”, afirmou o gerente.