Em Jaguaquara, maior cidade do Vale do Jiquiriçá, quem perde um ente querido convive, além da dor, com o descaso e a dificuldade explícita de encontrar uma vaga para sepultura no único cemitério da sede do município, que é público, defasado e está superlotado. O cemitério municipal, localizado na Rua Campo Santo, no bairro Palmeira, distante de tantos outros bairros da cidade, foi construído em 1923, na gestão do então prefeito Coronel Guilherme Martins do Eirado e Silva, dois anos após a emancipação político-administrativa de Jaguaquara. Em 1998, na gestão de Ítalo Rabelo do Amaral, o cemitério passou por um processo de recuperação e ampliação, mas de lá pra cá, apenas gavetas mortuárias foram construídas, mas não atendem a demanda. Com sua estrutura defasada, o cemitério não oferece boas condições para quem vai visitar o local e matar a saudade de um ente querido. Para chegar a um jazigo, é necessário passar por cima de outros. Os coveiros também enfrentam transtornos e são eles que ouvem as reclamações.
No local, é perceptível que não é possível fazer novas covas devido à limitação de espaço, além da contestação de moradores que residem nos arredores, se posicionando contra uma eventual ampliação. A reclamação é geral por parte dos jaguaquarenses, que clamam por um novo ambiente para sepultar os entes queridos com dignidade. Para a grande maioria dos munícipes, a situação, que tem se tornado vergonhosa, deve ser resolvida somente com a construção de outro cemitério. A Prefeitura de Jaguaquara alega dificuldades para encontrar o terreno, e leva em consideração o fato de que não é só arrumar um terreno, abrir sepulturas e fazer os enterros. Tem que ser feitas normas específicas para o cemitério. Enquanto nenhuma providência é tomada pela gestão pública, o vexame continua.