Cerca de 15 candidatos decidiram não fazer a prova do TRE-BA, na manhã deste domingo (20), após perceberem que o material estava violado. Segundo o site Bocão News, os denunciantes afirmaram que o caso ocorreu na sala 418 do campus da Universidade Católica de Salvador (UCSal), no bairro da Federação, na capital baiana. Segundo a candidata Beatriz Soares, que fazia o concurso para técnico judiciário, a prova não estava lacrada quando chegou para ser distribuída. Questionada pelos candidatos, a coordenadora teria confirmado o erro, mas quis que os candidatos fizessem a prova mesmo com o problema. ”Queriam nos induzir, sob pressão, a fazer a prova mesmo após ter tido a violação do processo licitatório que é especificado em edital, que somente pode ser aberta a prova em sala, perante os candidatos, mas a prova chegou fora do lacre e quando foi constatado o erro material, ainda assim quiseram nos induzir e pressionar psicologicamente a fazer a prova”, explicou Beatriz. Ainda de acordo com os candidatos, após a reclamação de que o material estava violado, nova prova foi distribuída, mas era para o cargo de serviços gerais. Outra tentativa foi feita, mas, segundo os denunciantes, mais uma vez, a prova distribuída estava incorreta. ”Eles trouxeram um bolo de provas reservas, jogaram tudo no chão e saíram abrindo os envelopes na tentativa de achar a nossa”. Quando alguns candidatos se negaram a fazer a prova – na sala tinha cerca de 50 alunos e 14 decidiram não fazer – eles foram retirados na sala pelo delegado federal e os seguranças da organização e ficaram isolados em outra cômodo, incomunicáveis. ”Nem sair da faculdade a gente podia, só permitiram a saída após o prazo”. Os denunciantes ainda afirmaram que eram proibidos de conversarem alto para que os outros candidatos não soubessem do problema que tinha ocorrido. Além disso, os seguranças queriam que eles saíssem sem assinar a lista de presença, o que foi prontamente negado pelos candidatos. Beiany Araújo Costa afirmou que os candidatos que estavam na sala que decidiram fazer a prova, eram de outros municípios ou estados e não tinham como ser ressarcidos dos gastos, por isso preferiram dar continuidade ao concurso. Mas, afirmou que eles deixaram os contatos para decidirem os próximos passos da ação que o grupo deve tomar. A candidata contou que eles vão fazer a denúncia no MP na segunda-feira. Os denunciantes afirmaram que pediram para registrar em ata o problema, pois o gabarito poderia ter sido vazado. ”Vamos tentar a anulação já que houve a violação de uma cláusula específica no edital”, afirmou Beiany. A coordenação do concurso no campus da Católica não quis falar sobre a questão e informou que, como ainda teria uma prova a tarde, não poderia se pronunciar no momento. Em nota, a Cebraspe informou que, na aplicação das provas objetivas e discursiva do concurso houve a troca dos envelopes de provas de duas salas de uma mesma escola, que foram destrocados ainda antes do início das provas. Quando a troca dos envelopes foi identificada, apenas um dos envelopes havia sido aberto, na presença dos candidatos da sala, que atestaram em ata quanto à sua inviolabilidade.