Uma campanha nas redes sociais nesta semana manifesta apoio ao padre da cidade baiana de Serra Preta, Gilmar Assis, após um homem ofendê-lo por meio de um áudio que circula pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. Por meio da hashtag #SomosTodosPadreGilmar, vários usuários acusam de injúria racial as ofensas contra o religioso, que chegou à paróquia da cidade há três meses. ”Tá sabendo que agora em Serra Preta na paróquia botaram um padre, um negão embassado? Não é porque é negão não, mas pense num padre burro, num animal.”, diz o áudio, que, segundo o interlocutor, foi compartilhado em um grupo do aplicativo. ”A população de Serra Preta seria melhor se um quinto dela tivesse o caráter, a sabedoria, a paz de espírito, a serenidade e o mais importante a fé em Deus que o preto tem! #nãoaoracismo #somostodospadreGilmar”, diz uma das publicações postadas nas redes sociais. ”Que o padre Gilmar possa fazer seu trabalho pastoral, evangelizador, sem a interferência de alguns que veem na cor de sua pele um entrave ao sacerdócio”, afirma outro usuário na web. Em conversa com o site G1, conforme publicação desta terça-feira (6), o padre Gilmar Assis disse que foi avisado sobre o áudio na madrugada de domingo (4). ”Um membro da comunidade veio falar comigo pelo WhatsApp e avisou sobre o áudio, dizendo que era injustiça. Eu escutei e tomei um susto. Eu não conheço a pessoa que falou no áudio. Até porque pelo tempo que estou aqui nem sei o que dizer”, disse Gilmar. Ele ainda não sabe se irá procurar a polícia para registrar uma ocorrência sobre o conteúdo do áudio compartilhado. ”Ainda estou digerindo a informação e pedindo força a Deus. Estou pedindo a Deus sabedoria e discernimento para dar continuidade à minha história, que é muito mais do que esse áudio”, defende.