A oposição reagiu hoje às declarações do presidente Michel Temer de que não haverá apoio por parte do governo a qualquer iniciativa para aprovar eventual anistia a caixa 2 de campanhas eleitorais na votação do pacote anticorrupção. ”As duas recentes tentativas de aprovação de anistia ao caixa 2 são de responsabilidade exclusiva da base de apoio a Temer”, acusou o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA). Em nota, o petista afirma que, às vésperas de sair o acordo de delação premiada da empreiteira Odebrecht, a base governista intensificou o movimento para aprovar a medida e que, diante do desgaste, tentou compartilhar a aprovação da proposta com o PT. ”Sob cerco cruzado em decorrência do avanço das investigações sobre corrupção, em particular no Supremo Tribunal Federal, Michel Temer anuncia que pode vetar proposta de anistia ao caixa 2. O que ele não diz é que nas duas tentativas de aprovar a matéria o PT se negou a assinar a emenda proposta por parlamentares da sua base. E, por isso, parte da sua base não sustentou a defesa da anistia e sua maioria não conseguiu, sequer, levar a proposta à votação. O fato é que a articulação para aprovação da anistia ao caixa 2 foi de parlamentares da base de Temer”, destaca a mensagem. Florence declarou que a bancada não vai apresentar nenhuma proposta que signifique anistia ao caixa 2 e que não assinará nenhuma emenda do gênero. Ele disse que é inverídico a informação de que parlamentares do PT que não assinaram nota contrária à votação da anistia a caixa 2 sejam favoráveis à proposta. A líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), chamou de ”espetáculo lamentável” a entrevista coletiva de Temer, onde deu sua versão sobre o episódio envolvendo os ex-ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Marcelo Calero (Cultura). A deputada avisou que a partir de amanhã, 28, a oposição vai tomar ‘medidas concretas para enfrentar esse governo que se autoaniquila a cada dia”. Os oposicionistas afirmam que o presidente da República cometeu crime de responsabilidade por ter atendido a ”interesses privados” do ex-ministro. Geddel pediu demissão do cargo após Calero dizer à Polícia Federal que o presidente interveio em favor dos interesses privados do peemedebista. Segundo Calero, Temer pediu para que ele resolvesse o impasse na liberação do empreendimento imobiliário em Salvador (BA), onde Geddel comprou um apartamento.