Os parlamentares de oposição na Comissão Mista de Orçamento (CMO) anunciaram que apresentarão um voto em separado pela reprovação das contas do governo federal no ano de 2014. O documento fará contraponto ao relatório oficial, do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que é pela aprovação, com ressalvas. O voto está sendo preparado pelo deputado Izalci (PSDB-DF), que anunciou a medida na reunião da CMO desta quarta-feira (3), a primeira do ano. Segundo ele, o documento deverá ser subscrito por todos os membros oposicionistas da comissão. Izalci também pediu o apoio dos parlamentares de legendas que não são abertamente contrárias ao governo mas também não integram formalmente a base aliada. O deputado lembrou que o relatório de Gurgacz vai de encontro à recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), que, em outubro do ano passado, aprovou por unanimidade a rejeição das contas. ”Temos que resgatar a credibilidade não só desta comissão como também do TCU”, defendeu. O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) lembrou das chamadas ”pedaladas fiscais” de 2014 (manobras contábeis para atrasar o pagamento de operações do Tesouro com bancos públicos). Ele disse que o fato de a presidente Dilma Rousseff ter quitado essas dívidas em 2015 é o reconhecimento oficial de que ocorreram procedimentos irregulares, e a CMO não pode ignorar isso. — As ”pedaladas” permitiram a ela, na campanha eleitoral, dizer ao povo brasileiro uma inverdade: a de que as contas públicas estavam em dia. Não estavam. A votação do relatório sobre as contas do governo em 2014 acontecerá até a primeira semana de março Antes disso, os membros da CMO têm até o próximo dia 15 para apresentar emendas ao relatório de Acir Gurgacz. Esse prazo era o dia 13, mas a presidente da comissão, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), concedeu uma prorrogação para que a data-limite caísse na segunda-feira, não no sábado. Leia na íntegra