Troca de mensagens de celular entre o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, interceptadas pela Polícia Federal citam, supostamente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o senador Aécio Neves (PSDB). Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o relatório da PF indica uma menção ao “Brahma”, que a polícia considera ser a forma como executivos da companhia se referiam a Lula. “Quem marcou (o encontro de executivos da empreiteira com o embaixador de Moçambique no Brasil Murade Murargy) foi a Mônica, mulher de Franklin (Martins, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula). Segundo ela, seria uma aproximação para 2014. Ele deve coordenar. Disse-me também que os 2 (CNO e AG, em referência à Odebrecht e Andrade Gutierrez) estão em pé de guerra. Vou confirmar sua ida. Nesse mesmo horário vou estar com Aécio”, diz um dos SMS, destinado ao então diretor superintendente da OAS Internacional Augusto Cézar Uzeda. O texto, enviado no dia 26 de novembro de 2012, tratava de uma reunião entre Uzeda e o embaixador de Moçambique. No relatório da PF, que foi anexado aos autos da 14ª fase da Operação Lava Jato, é a única citação de Aécio nas trocas de mensagem de Léo Pinheiro. Menos de duas semanas após a mensagem, Aécio foi lançado pré-candidato a Presidência da República pelo PSDB. Uzeda informou, em resposta, que já conhecia o embaixador e pediu que Léo Pinheiro lhe passasse o “histórico do contato”. Pinheiro, por sua vez, respondeu: ”Franklin Martins”, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do primeiro mandato do governo Lula. Na sequência ele cita: ”Ok. Tem o Brahma (no) meio”,em referência ao ex-presidente Lula. Na conversa eles também relatam que o então embaixador de Moçambique teria contribuido para que outras empresas brasileiras conseguissem atuar no país”.