O número de mortes pela covid-19 chegou a 77 nesta quinta-feira (26), corrigiu o Ministério da Saúde, depois de ter anunciado 78 óbitos. Em relação a ontem, houve um aumento de 20 casos, quando o registrado foi 57 óbitos. O Ministério da Saúde informou que são 2.915 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, o número representa 482 novas confirmações em relação à última atualização dos dados da pandemia no País. O índice de letalidade está em 2,7%.
Os estados com maior número de infectados são São Paulo (1052), Rio de Janeiro (421), Ceará (235) e o Distrito Federal (200). A maior parte dos óbitos pela doença também ocorreram em São Paulo (58). O Rio registra nove mortes, Pernambuco e Ceará três cada, enquanto Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas e Goiás registraram um óbito cada.
Se observada as idades das pessoas contaminadas em estado grave, o maior grupo de risco até o momento está concentrado entre 60 e 79 anos. De um total de 391 casos graves avaliados, cerca de 80 pessoas tinham entre 60 e 69 anos e outras 70 pessoas, entre 70 e 79 anos. Há alto registro, porém, de pessoas contaminadas com idade entre 30 e 49 anos, que somam cerca de 110 casos.
No quadro de vítimas fatais, porém, o perfil dos óbitos mostra uma concentração entre idosos. Entre os 59 casos avaliados até o dia 26 de março, quase 40 são de pessoas com idade entre 70 e 89 anos.
”Os dados mostram que as maiores vítimas são os idosos, mas também qualquer pessoa que tenha cardiopatia ou diabetes”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
Os números mostram o avanço da Covid-19 no Brasil desde que o primeiro caso da doença foi confirmado aqui, há um mês. O primeiro resultado positivo para o novo coronavírus no país saiu no dia 25 de fevereiro, quando um homem de 61 anos com histórico de viagem para a Itália testou positivo para a doença.
Desde então, Estados já decretaram emergência em saúde e calamidade pública, e em reunião virtual com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) na quarta-feira, governadores reiteraram os procedimentos de isolamento adotados para conter a pandemia do novo coronavírus. A manutenção das medidas é recomendada por epidemiologistas e infectologistas.
Em entrevista coletiva ontem, o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que ”temos que melhorar esse negócio de quarentena, não ficou bom. Foi precipitado, foi desarrumado”. Aliados no DEM interpretaram a fala como um recuo estratégico após pronunciamento de Jair Bolsonaro em rede nacional na terça-feira, 24, quando o presidente voltou a falar em ”histeria” em torno da pandemia do novo coronavírus e criticou o fechamento de escolas, entre outras medidas adotadas por governos e municípios.
Sob pressão, Mandetta, que muitos achavam que até poderia deixar o cargo por causa da pressão de Bolsonaro, suavizou o tom e negou a intenção de deixar a equipe. Ele procurou dizer, durante a entrevista de quarta-feira, que sua preocupação é com a saúde e a vida das pessoas, e que as quarentenas impostas pelos Estados têm prejudicado, inclusive, o trabalho médico.
A voz dissonante foi do vice-presidente Hamilton Mourão, que continuou defendendo o isolamento social. ”A posição do nosso governo, por enquanto, é uma só: isolamento e distanciamento social. Isso está sendo discutido e ontem (terça-feira, 24) o presidente buscou colocar. Pode ser que ele tenha se expressado de uma forma, digamos assim, que não foi a melhor”, afirmou.