O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em dúvida, neste sábado (931), a possibilidade de indicar o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, e acenou para outro auxiliar cotado, o advogado-geral da União, André Mendonça. Até o fim de seu mandato, o presidente terá ao menos duas vagas na Corte para preencher. ”Não existe nenhum compromisso meu com Moro”, afirmou o presidente em almoço no quartel-general do Exército, em Brasília. ”Tem que ver. Como o Senado avaliaria ele hoje?”, questionou.
Bolsonaro participou de um churrasco no quartel-general do Exército, em Brasília. Pouco depois de entrar, o presidente mandou os seguranças convidarem um grupo de jornalistas e motoristas da imprensa que o esperavam na porta para participar do evento. Ele conversou por cerca de uma hora e meia com seis jornalistas. O presidente já declarou que pretende indicar par ao Supremo um nome ”terrivelmente evangélico”. Questionado se este nome seria o de Mendonça, que é reverendo da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, Bolsonaro disse que o auxiliar é ”terrivelmente supremável”. Outro nome lembrado para a vaga é o do juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, que também é evangélico.
A indicação de ministros do Supremo é uma atribuição do presidente da República, que depois precisa ser aprovada pelo Senado, após uma sabatina. Em maio, em uma entrevista à rádio Bandeirantes, Bolsonaro chegou a afirmar que, ao convidar Moro para integrar sua equipe de ministros, comprometeu-se a indicá-lo para a primeira vaga que fosse aberta no STF. Dias depois, porém, voltou atrás e disse que não houve um acordo. O ministro também sempre negou que houvesse qualquer compromisso. O primeiro ministro do Supremo que deve deixar a corte é o decano Celso de Mello, que completa 75 anos – a idade de aposentadoria obrigatória – em novembro de 2020. A segunda vaga no STF deve ficar disponível com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021. Informações do Estadão