Após uma campanha pauleira total, a de 2012, ACM Neto venceu, assumiu e baixou o tom. Natural, virou prefeito, em vez de blá-blá-blá, o negócio era governar. Jaques Wagner, que muito apanhou com o seu helicóptero, até agenciou um encontro dele com Dilma.
Convivência light perdurou todo 2013. Alguns mais ingênuos até pensaram que a Bahia inaugurou a era da civilidade avançada, a dos inimigos cordiais. E petistas mais ingênuos ainda até pensaram que era boa a estratégia: adocicar ACM Neto com algumas obras para deixá-lo fora de combate em 2014.
Neto, a bem da verdade, nunca iludiu ninguém. Abordado sobre o assunto, cortou:
– Quem me conhece sabe que eu jamais faria um negócio desses.
Chegou 2014 e as coisas voltaram para os eixos. Wagner assumiu o protagonismo governista, bancando a escolha de Rui Costa, e Neto, o da oposição, articulando a união com Geddel em torno de Paulo Souto.
No primeiro turno, com Souto liderando as pesquisas, a oposição baiana esqueceu o resto (Aécio, que parecia ‘morto’, incluso). Ganhar o governo já estava de bom tamanho. Perdeu. E quando o PT pensava que nadava em brancas nuvens, Aécio renasceu das cinzas.
Configurou o cenário baiano do segundo turno federal: Rui apostando tudo para reeleger Dilma, porque, se perder, fica num mato sem cachorro. E Neto, que sempre bradou que Salvador caminharia com as próprias pernas, jogando para se escorar em Aécio.
Daí, ou perde a Bahia ou Salvador.