Baiano diagnosticado com doença de Parkinson aos 40 anos se prepara para 1ª prova de Triathlon; conheça o caso

Depois de ter sido diagnosticado com a Doença de Parkinson aos 40 anos, Luiz Castelo Branco tomou uma atitude que mudou a sua vida. Com o objetivo de conseguir dançar valsa no aniversário de 15 anos de Malu, sua filha, o atleta soteropolitano decidiu se tornar um atleta, mirando uma melhora nas suas condições de vida. Alguns anos depois de se tornar corredor, Junior Castelo se preparou para participar da primeira prova de Triathlon de sua vida, o Triton World Series, que acontecerá no próximo dia 6 de abril, em Salvador, na Praia de Placaford.

Em conversa com o Bahia Notícias, o publicitário contou como descobriu que tinha a doença e como reagiu à notícia, que veio de forma inesperada para o corredor e sua família.

”Fui diagnosticado com Parkinson há dois anos e pouco. Foi uma dificuldade em entender o diagnóstico, mas eu fui bem rápido nesse sentido, procurando alguns especialistas. Tive alguns negativos no começo, alguns neurologistas disseram que não era nada, outros disseram que era estresse, outro que era tremor, até que eu fiz alguns exames que foram descartando outras possibilidades através do diagnóstico clínico. O Parkinson não tem um exame que detecta a doença, é o médico que faz essa avaliação. Nesse primeiro momento foi difícil também por desconhecer um pouco da doença, desconhecer também o Parkinson precoce, porque geralmente o Parkinson atinge pessoas acima de 60 anos. Meu mundo desmoronou”, relatou.

Ao conhecer a doença, em consulta com alguns outros médicos, Junior Castelo decidiu recorrer aos esportes para diminuir o desenvolvimento do Parkinson em seu corpo. Ainda na entrevista para o BN, o atleta revelou que um dos objetivos que o motivam para seguir desenvolvendo habilidade em outros esportes é o desejo de conseguir dançar valsa com sua filha, Malu. Atualmente, a menina possui 8 anos.

Desde o início do projeto, Luiz compartilhou os avanços e aprendizados dos novos esportes que teve que desenvolver para poder completar sua primeira prova de Thriatlon.

”Eu sabia nadar, mas não tinha técnica nenhuma, então eu tive que me reinventar, fazer aulas mais regradas. Eu não pedalava. São dois esportes novos, por exemplo. Então eu tive que me dedicar a dois esportes novos para dia 6 tentar completar essa primeira prova. Para depois, a partir daí depois buscar outros desafios. A atividade física e os esportes fazem parte do meu tratamento. Eu escolhi a atividade física e o esporte como parte do meu tratamento. Para conseguir esse objetivo maior que é dançar valsa com a minha filha”, disse o empresário.

O Bahia Notícias também conversou com o presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia, Antônio Andrade, sobre os benefícios do esporte no auxílio da melhora das condições de vida do paciente.

”A Doença de Parkinson é uma doença do sistema extrapiramidal, que tem uma característica que, geralmente, é um tremor de repouso. É unilateral, numa fase inicial, e com repercussões que podem vir do sistema motor, ou seja, o paciente pode apresentar uma certa alteração ligada com aos movimentos, no sistema chamado de motores e não motores. Quando você escreve quimicamente, tem uma falha no sistema neuroendócrino, que é a deficiência da dopamina. Quando o indivíduo perde em torno de 60% ou 70%, ele começa a apresentar as manifestações. E o exercício físico aliado à boa alimentação, à reposição de sais minerais, vitaminas e a hidratação melhora a condição desse paciente”, explicou o professor e doutor.

O corredor Luiz Castelo Branco ainda falou sobre o começo da sua vida mais ativa nos esportes. Além disso, também citou suas primeiras corridas feitas assim que descobriu o diagnóstico da doença. ”Comecei a criar desafios para me motivar e continuar na rotina que é necessária dos treinamentos. Fiz 5 km, depois vou fazer 10 km de corrida 16 km, até que eu fiz uma meia maratona de 21 km. Para o triatlo, me inscrevi e convidei alguns amigos que são sedentários e eles toparam fazer o desafio comigo. Eu tô vivendo disso, desses momentos que me ajudam a me motivar a continuar na frequência de treinos necessários. Isso me despertou novos prazeres para continuar nesse objetivo macro que é chegar aos 15 anos de minha filha e lá eu propor para outra meta”, finalizou o publicitário.

A corrida do Triton 1 Salvador no dia 6 de abril também será classificatória para o Mundial 2025. A Praia de Placaford será o palco que vai reunir os atletas de mais alto nível, que estarão divididos entre as três opções: Sprint, que conta com 600 m de natação, 30 km de bicicleta e 14 km de corrida; Middle com 1,2 km de natação, 60 km de ciclismo e 14 km de atletismo; e Long de 1,8 km nadando, 90 km pedalando e 21 km correndo.