A ausência de Michel Temer, presidente interino, no encerramento dos Jogos Olímpicos no Rio criou constrangimento com a delegação japonesa. Tóquio será a sede do evento em 2020 e, para marcar a passagem entre as duas cidades, o primeiro-ministro do país asiático, Shinzo Abe, desembarca no fim de semana na cidade carioca. Sem a presença de Temer, quem o receberá será Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados e o representante oficial do presidente interino no evento. Pelo protocolo, um chefe de governo deveria ser recebido por outro chefe de governo, ainda que fora do estádio. Numa coletiva de imprensa nesta manhã de sábado no Rio, a ausência de Temer deixou a delegação japonesa sem uma resposta. Ao serem questionadas sobre o fato, as autoridades asiáticas não disfarçaram o constrangimento. ”Não acho que esse deve ser um tema para ser respondido por mim”, disse a prefeita de Tóquio, Yuriko Koike. ”Estou certa de que a festa de encerramento será excelente”, concluiu. A pergunta sobre Temer levou os organizadores a darem por encerrada rapidamente o encontro com a imprensa. Ao Estado de S. Paulo, fontes da delegação de Abe confirmaram que a situação ”não é das mais fáceis”. Mas há um entendimento também de que uma visita a Brasília para ver Temer não seria adequada. Temer indicou há dois dias que não iria ao encerramento. Mas ironizou, indicando que estava pedindo para ”reservar” as vaias para a abertura dos Jogos Paralímpicos. Na festa de abertura dos Jogos, no dia 5 de agosto, os organizadores montaram um esquema para blindar o presidente interino, evitar sua imagem nos telões do Maracanã e até qualquer referência ao seu nome.