O presidente Jair Bolsonaro recuou ao anunciar em rede social na manhã desta quinta-feira (30) que vai ”tornar sem efeito” a admissão de Vicente Santini, nomeado cerca de 12 horas antes pelo Palácio do Planalto para um novo cargo na Casa Civil. No início da semana, ele havia sido destituído pelo próprio Bolsonaro da secretaria-executiva da pasta, após fazer voo exclusivo em jatinho da FAB (Força Aérea Brasileira) para a Índia.
A primeira destituição de Santini havia sido anunciada por Bolsonaro na manhã de terça (28), ao desembarcar em Brasília da Índia. O presidente disse ter sido inadmissível o fato de ele ter usado uma aeronave oficial com apenas três passageiros (ele e duas assessoras) para voar de Davos, onde participava do Fórum Econômico Mundial, para Déli.
”Inadmissível o que aconteceu. Já está destituído da função de executivo do Onyx [Lorenzoni]. Destituído por mim. Vou conversar com Onyx para decidir quais outras medidas podem ser tomadas contra ele. É inadmissível o que aconteceu, ponto final”, afirmou o presidente.
Amigo da família Bolsonaro, Santini foi nomeado na noite de quarta (29) assessor especial da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil. A decisão foi tomada após os filhos do presidente intercederem pela permanência do ex-secretário no governo federal.
”Informo que em Diário Oficial será publicado: Tornar sem efeito a admissão do servidor Santini”, escreveu o presidente nesta quinta, em rede social. O presidente disse ainda que vai exonerar o interino da Casa Civil e ”passar a PPI da Casa Civil para o Ministério da Economia”.
Bolsonaro ainda anunciou a transferência do PPI (Programa de Parceria de Investimentos) da Casa Civil para a Economia, gesto que esvazia e enfraquece a primeira pasta, comandada por Onyx Lorenzoni, que está em férias.
A nomeação de Santini para um novo cargo foi assinada por Fernando Wandscheer de Moura Alves, que o substituiu na secretaria-executiva da Casa Civil e responde interinamente pela pasta. Com informações da Folhapress