Os alunos da Rede Municipal de Ensino em Jaguaquara estão sem aula nesta quarta-feira (27/5) devido a uma paralisação dos professores. A categoria suspendeu as atividades para cobrar do Governo Municipal o cumprimento da Lei do piso. Circula nas ruas da cidade uma carta elaborada pela APLB Sindicato, em ação conjunta com os professores, repudiando a gestão pública local. A carta aponta como agravante o fato da pauta da categoria não ter sido atendida pela Prefeitura. Em Assembleia na última sexta-feira (22/5), a APLB Sindicato discutiu e avaliou com a categoria as ações da administração e decidiu pela elaboração de uma carta de repúdio ao Governo Giuliano Martinelli. A diretora da APLB, Wilma Martins, disse que mais uma vez o Executivo Municipal não apresentou, na última audiência, uma proposta convincente sobre a aplicação do Piso Nacional dos Professores de 2015, que é de 13,01%, reajuste anunciado pelo Ministério da Educação no início do ano. Em Jaguaquara, apenas os professores com formação de nível médio recebem o piso. Os docentes de nível superior recebem o salário abaixo do Piso Nacional estabelecido pelo MEC, segundo a APLB. Em entrevista a rádio local, Povo AM, na tarde de hoje, a diretora Wilma afirmou que, na última rodada de negociação, a secretária de Educação do município, Célia Alves, acompanhada de membros da administração, inclusive do setor contábil, teria apresentado proposta de apenas 3%, que foi classificada pela categoria como desrespeitosa. ”A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, APLB/Sindicato, em conjunto com toda categoria que representa, torna público o nosso repúdio diante da lastimável situação da educação de Jaguaquara. Nosso município vem passando por uma crise sem precedentes e a situação é extremamente preocupante. Nós, professores e funcionários das escolas municipais, estamos preocupados com a vida dos alunos e pais, que tanto necessitam das escolas em seu funcionamento normal, mas, infelizmente, estamos em estado de greve, prestes a paralisar as nossas atividades, pois o governo municipal não nos dá o que é nosso por direito, nem melhora as condições de trabalho”, diz um trecho da carta, que ainda acusa a secretária Célia de perseguição aos trabalhadores.
”Atualmente, temos uma secretária que, ao invés de aliada, parece inimiga da categoria, perseguindo os professores de forma sistemática e impiedosa. Pasmem, senhores, essa mesma pessoa que hoje está à frente do mais importante cargo da secretaria municipal de Educação já esteve um dia do nosso lado, como representante do nosso sindicato local (APLB). A senhora Célia Alves, antes conhecida como Célia da APLB, hoje em dia representa a face da traição e do descaso com a categoria”. O prefeito de Jaguaquara, Giuliano Martinelli (PP), não foi poupado dos apupos dos educadores e, na carta de repúdio, acabou sendo taxado de covarde. ”O prefeito municipal, por outro lado, ao invés de assumir a posição de comando, perde as rédeas da situação quando não comparece à audiência previamente marcada com a categoria para a negociação de reajuste, revelando descaso e covardia. Pelo contrário, nosso gestor delegou poder de decisão a um contador, que aparece de vez em quando na cidade, e a uma secretária que não tem credibilidade com o grupo que dirige”, acusa a carta da APLB, que circula na cidade.