Foi ao som de ”Dona de Mim”, hino de empoderamento feminino, que Camila Canário fez sua entrada no Auditório Jornalista Jorge Calmon, na Assembleia Legislativa (Alba), para a posse festiva no cargo de defensora pública-geral da Bahia. Junto com Mônica Soares e Laíssa Rocha, ela assume a chefia da Defensoria Pública Estadual (DPE), no biênio 2025-2027, para executar o projeto coletivo de tornar a instituição mais moderna, transparente e eficiente. O evento realizado nesta quarta-feira, 20, foi prestigiado por autoridades do Sistema de Justiça e dos poderes Executivo, Legislativo do Estado e dos municípios.
Com quase 20 anos de carreira, Camila Canário é a sétima mulher a assumir o cargo mais alto na hierarquia da Defensoria. Em sua trajetória dentro da instituição, ela já foi conselheira suplente do Conselho Superior da DPE/BA, diretora da Associação de Defensoras e Defensores Públicos da Bahia e ocupou cargos administrativos, como coordenadora do Núcleo de Proteção ao Idoso e corregedora auxiliar.
No discurso de posse, a defensora-geral da Bahia reforçou que a gestão será marcada pela transparência, inovação e eficiência. Camila destacou ainda a importância da expansão dos serviços, da extrajudicialidade e o desejo de alcançar todas as comarcas da Bahia. ”Estou aqui porque acredito numa Defensoria do Futuro. Em uma instituição moderna, inovadora, tecnológica, com processos automatizados que nos dêem velocidade, preservando a confiança e a qualidade dos nossos serviços”, afirmou Camila Canário.
Nomeada pelo governador Jerônimo Rodrigues em fevereiro, Camila foi uma das três mais votadas na eleição interna da DPE/BA para compor a lista tríplice encaminhada ao chefe do Executivo. A atual defensora-geral fez uma campanha vitoriosa em conjunto com as outras duas integrantes da lista – Mônica Soares e Laíssa Rocha –, que assumiram o posto de subdefensora-geral e de coordenadora executiva das Especializadas da DPE/BA, respectivamente.
À frente da Defensoria da Bahia desde o início de março, quando foi realizada a transmissão de cargo, Camila Canário já implementou as primeiras ações do projeto de gestão apresentado aos colegas na disputa interna. A instituição conta agora com uma Coordenação Estratégica para ampliar e uniformizar a atuação, Coordenação de Tecnologia e Inovação e um grupo de defensoras(es) já testam o uso de uma ferramenta de inteligência artificial para auxiliar no entendimento e resolução de casos jurídicos.
Ao passar o bastão, Firmiane Venâncio fez a leitura de uma carta com os votos para a gestão da sua sucessora e afirmou ter convicção de que entrega a Defensoria em condições de avançar ainda mais. ”Desejo que tenha força para construir e sustentar uma gestão feminista, antirracista e antiLGBTfóbica. Isso diz mais sobre a representação de ideias do que a política da presença, diz mais sobre o critério da verdade ser a prática e sobretudo, fala sobre o amor como um ato político, que amplifica direitos e transforma a vida das pessoas”, pontuou.
O governador Jerônimo Rodrigues foi representado pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas. Em seu discurso, ele reforçou a importância da Defensoria Pública dentro do Sistema de Justiça como ”vital para a vida democrática e garantia de uma política de acesso à justiça para todas as pessoas”. Segundo ele, a expectativa do Governo do Estado é que seja mantida ”uma relação de muito diálogo para enfrentarmos debates e estarmos à altura das grandes expectativas que o povo da Bahia espera de nós como servidores públicos”, afirmou.
Representante da sociedade na estrutura da DPE/BA, a ouvidora-geral Naira Gomes aproveitou seu momento de fala para reafirmar o papel da Ouvidoria Cidadã na interlocução com as demandas coletivas. Ela também reiterou os votos de proteção pelos sagrados que já havia manifestado na posse formal realizada ainda durante o Plantão de Carnaval. ”A Defensoria é grande por tudo que representa, mas sobretudo por conta daquele que é sua razão de existir. Estaremos com a senhora e com a sua administração em tudo que for pertinente, necessário e democrático”, comprometeu-se.
Presidente da Associação de Defensoras e Defensores Públicos, Bethânia Ferreira, reforçou que Camila fará a gestão que tem como célula primordial defensoras e defensores públicos. Ela destacou que a gestão precisa estar atenta ao enfrentar cada obstáculo que possa comprometer o trabalho. ”A senhora encontrará colegas que honram sua missão constitucional e acreditam no novo tempo. Acreditam num movimento de construção coletiva que permitam que a Defensoria alcance o patamar conferido pela Constituição e pelas leis complementares”, afirmou.