O anúncio feito pelo deputado federal Jorge Solla (PT) de que o prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro (PT), será candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2026 praticamente inviabilizou um eventual convite do governador Jerônimo Rodrigues (PT) para que o gestor ocupe um espaço relevante no Executivo estadual na reforma administrativa, segundo informaram hoje (18) duas fontes próximas ao morador do Palácio de Ondina a este Política Livre.
Em entrevista recente, Jerônimo disse que não pretende convidar aliados que serão candidatos em 2026 para ocupar cargos relevantes na reforma. Em tese, a regra vale também para Júlio, embora o prefeito seja próxima do governador.
Vale frisar que o nome de Júlio já encontrava resistências dentro de setores do próprio governo, sobretudo em função das críticas feitas pelo prefeito às articulações políticas do Executivo, inclusive o apoio à candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) à Prefeitura de Salvador.
Júlio também integra uma corrente dentro do PT que faz oposição ao grupo do atual presidente da legenda na Bahia, Éden Valadares, e do secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, que, segundo a coluna Radar do Poder de hoje, teria oferecido um cargo dentro da estrutura da pasta para o prefeito de Amargosa. A notícia, inclusive, pegou alguns parlamentares da base de Jerônimo de surpresa, pois não querem um pré-candidato a deputado estadual numa secretaria que faz articulação política.
”Júlio critica abertamente os principais auxiliares do governo e não esconde essa posição nem na imprensa e nem nas redes sociais. Ele deveria ser mais amplo do que o racha de uma tendência interna do PT, o Avante, anteriormente composto pelas militâncias do deputado federal Jorge Solla e do deputado estadual Marcelino Galo e que se dividiu, pois gozava até então do carinho do governador e seu núcleo político”, disse uma das fontes ouvidas pelo site e que tem trânsito com o governador.
*Política Livre