Embalados pelo bom resultado divulgado na semana passada para o índice oficial de inflação – 0,24% em outubro, abaixo dos 0,26% de setembro –, os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central reduziram suas estimativas para o IPCA ao final do ano. Segundo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (13) pelo BC, o mercado baixou de 4,63% para 4,59% a sua previsão para a inflação oficial do País.
Os números da inflação apresentados na última sexta (10) pelo IBGE mostram que o IPCA também desacelerou para 4,82% no acumulado de 12 meses até outubro. No mês de janeiro, com o início do governo Lula, o mercado projetava uma inflação maior ao final de 2023. O boletim Focus de 16 de janeiro, por exemplo, revelava uma estimativa de 5,39% para o IPCA.
A meta oficial de inflação perseguida pela autoridade monetária é de 3,25% em 2023 neste ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima. A previsão dos agentes financeiras de um IPCA de 4,59% ao final do ano, portanto, revela que o indicador estaria dentro da margem de tolerância da meta prevista pelo BC.
O mesmo boletim Focus do mês de janeiro apresentava uma expectativa do mercado financeiro de que a taxa básica de juros, a Selic, fecharia o ano em 12,25%. Depois do início do ciclo de corte de juros pelo Comitê de Política Monetária, a Selic chegou agora em novembro aos 12,25% projetados no começo do ano, mas ainda haverá um novo corte na reunião de dezembro.
De acordo com a ata do Copom, divulgada semana passada, o órgão decidirá por mais uma nova redução de 0,5% na última reunião do ano, em dezembro, levando a taxa de juros brasileira a fechar 2023 em 11,75%. Desde que o BC iniciou o ciclo de cortes na Selic, o mercado reduziu de 12,25% para 11,75% a sua estimativa da taxa de juros ao final do ano.
A expectativa mediana para a taxa Selic ao fim de 2024, de acordo com o Boletim Focus desta segunda, continuou em 9,25%, assim como na semana passada. Esse percentual indica que o mercado aguarda que o Copom corte a Selic em 2% no ano que vem. Já para 2025, os analistas financeiros aumentaram sua estimativa de 8,50% para 8,75%.
Em relação ao dólar, a estimativa para a moeda ao fim de 2023 foi mantida em R$ 5, assim como nos boletins das últimas semanas. Já as projeções para o final de 2024 e de 2025 subiram, diferente do que aconteceu na última semana. A previsão para 2024 saiu de R$ 5,05 para R$ 5,08 e a de 2025 saiu de R$ 5,10 para R$ 5,11.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a projeção das instituições financeiras neste ano permaneceu em 2,89%. No começo do ano, no boletim de 16 de janeiro, as estimativas das mais de 100 instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC era de que o PIB de 2023 ficaria em 0,77%.
Em relação a 2024, a expectativa para o PIB é de haja crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,93% e 2%, respectivamente.
A projeção de superávit para a balança comercial para 2023 voltou a subir no Boletim Focus, de US$ 56,61 bilhões para US$ 57,20 bilhões, enquanto a dos próximos anos foi mantida: US$ 52,40 bilhões em 2024, US$ 55,0 bilhões em 2025 e US$ 54,0 bilhões em 2026.