O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que o Supremo Tribunal Federal autorize a abertura de investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). É o primeiro pedido feito contra o também presidente do PSDB no âmbito da Operação Lava Jato e ocorre no momento em que a sigla dá os passos finais para aderir oficialmente ao provável futuro Governo Michel Temer. O chefe do Ministério Público Federal também solicitou a abertura de inquéritos contra duas figuras públicas que já estavam sendo investigadas há mais de um ano: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT). Todas as ações se baseiam no acordo de delação premiada do antigo líder do Governo no Senado e ex-petista Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e ainda precisam do aval do ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, para que se tornem um processo. Os três são suspeitos dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Contra Aécio e Cunha as suspeitas se referem à supostas irregularidades que ocorreram em Furnas, uma empresa subsidiária da estatal Eletrobrás. Em seu termo de colaboração assinado junto ao Ministério Público, Delcídio disse que, em 2005, o senador tucano pediu para o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que ele mantivesse Dimas Toledo em uma diretoria de Furnas. Toledo, de acordo com o relato, era o operador de um esquema ilegal de desvios de recursos da empresa. A suspeita levantada pelo senador é de que entre os partidos beneficiados pelos desvios da subsidiária estavam o PP e o PSDB. Em março do ano passado, quando estourou a chamada lista de Janot, primeiro levantamento de políticos com foro privilegiado envolvidos na Lava Jato, o procurador havia pedido o arquivamento de uma denúncia contra Aécio Neves que tratava dos mesmos termos e fora feita por outro delator da Lava Jato, o doleiro Alberto Yousseff. Agora, o procurador-geral diz haver novos elementos. Leia na íntegra