O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta sexta-feira (20) que a decisão de emissários de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato de recorrer a uma interferência política do ex-presidente Lula é tratar o Brasil como se fosse “uma republiqueta”. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada hoje revelou que Lula e seu sócio Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, têm recebido emissários de empreiteiros que são alvos da Operação Lava Jato desde o fim do ano passado. Eles querem a ajuda do ex-presidente para evitar o colapso econômico das empresas. “Recorrerem a um ex-presidente como se o Brasil fosse uma republiqueta onde a interferência política pudesse mudar o rumo de investigações é desconhecer a realidade de um país que, se não avançou nos seus procedimentos éticos em razão do que aconteceu nos últimos 12 anos, felizmente avançou do ponto de vista da solidez das instituições”, afirmou Aécio, em entrevista coletiva no Senado. Ao contrário do que defendeu esta manhã outros integrantes da oposição, o presidente do PSDB descartou, em um primeiro momento, um eventual pedido de ida do ex-presidente a CPI da Petrobras que será instalada na próxima semana. Aécio disse que não vai tomar uma “iniciativa individual” na direção de chamar Lula para depor na CPI, embora tenha ressaltado que a comissão tem de estar aberta a “todas as possibilidades”. O tucano disse que o PSDB vai atuar em conjunto com os partidos de oposição na CPI, sob a coordenação do líder da bancada na Câmara, Carlos Sampaio. Ele ressalvou que é preciso ter uma estratégia bem traçada. “Como vocês sabem, nós somos minoria na comissão e não temos os postos de comando, mas nós certamente podemos, amparado, na realidade dos fatos e com a opinião pública, fazer com que esta CPI efetivamente funcione”, disse.