Advogados de Wagner criticam decisão judicial: ”processo deveria ocorrer na Justiça Estadual”

Advogados Thiago Campos e Pablo Domingues. Foto: Rodrigo Aguiar

Os advogados do ex-governador e atual secretário estadual, Jaques Wagner, Thiago Campos e Pablo Domingues, explicaram qual será a linha da defesa do petista, que foi alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal nesta segunda-feira (26). Em coletiva de imprensa, Thiago criticou o fato da decisão judicial não ter sido apresentada na íntegra no cumprimento dos mandados na residência de Wagner e no escritório do secretário. ”Os mandados que vieram para cumprimento não estavam acompanhados da íntegra da decisão judicial. A autoridade policial ao chegar na residência e local do trabalho [do ex-governador] estava de posse do mandado, sem especificação clara dos limites daquela ordem que era cumprida. Nós não temos ciência da integralidade do processo”, criticou o advogado. A defesa ressaltou também que Jaques Wagner sempre colaborou com as investigações e por isso “não havia necessidade de uma medida de força” como a que houve hoje, de busca e apreensão, ou o pedido de prisão temporária, negado pela Justiça. ”O pedido de prisão temporária foi negado justamente sob o argumento de que ele sempre se colocou à disposição da Justiça. A própria decisão faz referencia que ele sempre contribuiu, sempre depôs, sempre entregou o que foi pedido. Inclusive o que foi apreendido no escritório dele são documentos públicos, bastava ir a um cartório e buscar”, pontuou. Eles explicaram ainda que o processo deveria ocorrer na Justiça Estadual, e não na Federal, como aconteceu. ”O Supremo Tribunal de Justiça tem súmula dizendo que nesses casos a competência é estadual e não federal. ‘Os fatos que são delatados por réus confessos vão ser avaliados à luz da competência do órgão jurisdicional’. Eles não são, por ter sido feita a delação no âmbito da operação que trata de desvios da Petrobras, mas se lá os fatos relatados não forem atinentes ao interesse da União, são submetidos ao órgão jurisdicional competente, que é a Justiça Estadual”, argumentou. Com informações do Bahia.ba