Quando se fala em política, especialmente o que emana dos nossos atores principais, o Brasil deixa claro que está mesmo à beira de um ataque de nervos. Veja você: Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, retira da gaveta uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a simultaneidade das eleições, ou seja, de vereador a presidente, todos eleitos em um só pleito. E de quebra, o fim das reeleições e mandato de cinco anos para todos. Bastou. Foi o fósforo riscado para incendiar o palheiro. Bradaram que o movimento é o primeiro passo para adiar as eleições de 2018. Ou deixar tudo para 2020, por tabela, prorrogando os atuais mandatos. Maia jura que não teve esta intenção. Mas, convenhamos, do ponto de vista dos desconfiados, não há nenhum disparate. Estamos a um ano e cinco meses das eleições, mas, em Brasília, ninguém sabe de nada, nem de onde virá o dinheiro para financiar as campanhas ou mesmo quais serão as regras do jogo. A conclusão tem sua lógica lastreada nos fatos que estão postos: uma representação política que a Lava Jato apanhou com as calças nas mãos diz estar preocupada em resolver os problemas do povo, mas tem urgência em resolver os dela e salvar a própria pele, não poderia estar cogitando uma jogada de mestre? Uma prorrogação seria um manjar. É difícil até de acreditar, muito menos colar.
*Por Levi Vasconcelos