O alerta está ligado para a população brasileira a respeito do Coronavírus. Com o primeiro caso confirmado na terça-feira (25), em São Paulo, o país passou a ser o primeiro local da América Latina afetado pela nova doença. Assim, o Brasil se junta aos demais 45 países que já tiveram confirmação de contaminados pelo Covid-19.
Até esta quarta-feira (26), a Organização Mundial de Saúde (OMS) já contabilizou 81.109 pacientes, além de 2.761 mortes. Os números da entidade, no entanto, podem ainda demorar alguns dias até serem atualizados de maneira mais precisa.
Em contato com o Portal A TARDE, a doutora em pneumologia, Larissa Voss Sadigursky, explicou mais detalhes sobre a nova doença que, inicialmente, tende a se assemelhar mais com um simples resfriado, afetando os pulmões e trazendo ainda mais complicações para os pacientes, confira:
O que acontece com o pulmão dos infectados?
Na maioria das vezes, o Coronavírus se assemelha bastante a uma gripe. Os sintomas se parecem com um resfriado com febre, dor de cabeça e coriza. A maioria dos pacientes não vai desenvolver nada do ponto de vista pulmonar, referente a complicações respiratórias. A mais temida é a síndrome respiratória aguda, onde a pessoa sente muita falta de ar. Esse é um dos critérios de gravidade da doença. A partir do momento em que você é diagnosticado com o Coronavírus, você tem que ser monitorado e observar sinais de gravidade como falta de ar, cansaço, queda da oxigenação. Tudo isso já representa internamento hospitalar, muitas vezes em unidade de terapia intensiva com necessidade de intubação intratraqueal.
Como podemos classificar a situação do coronavírus aqui para o Brasil?
Como temos o primeiro caso registrado, tem gente com muito medo. Não sabemos em que proporção o vírus irá se comportar. O hospedeiro brasileiro é completamente diferente do europeu, chines, japonês e americano. O clima aqui é bastante diferente, não sabemos muita coisa. Então tudo isso só iremos saber melhor com o passar do tempo, para poder definir e linear de maneira mais adequada essa provável pandemia.
Quais são as formas de se precaver contra a doença?
Da mesma forma de se prevenir da gripe. Tendo aquela questão da higiene, da tosse. Quando tossir, tentar sempre cobrir, lavar bem as mãos e evitar aglomerações. Situações que tenham muitas pessoas como shows, por exemplo, acho que são coisas, nesse momento, que deveríamos evitar. No entanto, neste momento agora, a gente só vai suspeitar de infecção para aquelas pessoas que apresentam sintomas de gripes ou que viajaram para alguns dos 16 países que estão na lista de contaminação. Hoje em dia, só tenho indicação de encaminhar esse paciente para a emergência nessas situações. Não temos nenhum caso de contaminação adquirida aqui no Brasil, então todas as pessoas que tiveram contato direto com esse rapaz que foi infectado, provavelmente passarão por uma observação. A maior preocupação agora é essa proliferação do vírus.
Ao ser notar os sintomas do Coronavírus, o que a população deve fazer?
Ir para a emergência imediatamente. Aqui na Bahia, o Ministério da Saúde colocou o Hospital Couto Maia como referência para o SUS e, para aqueles que possuem convênio, se dirigirem à rede credenciada que certamente já terão seu fluxo de atendimento, com certeza. Serão coletados o material, enviar e fazer o registro para encaminhar o documento. Na maioria dos casos, as situações são gripes, resfriados que são bastante comuns nesse período pós-folia. As pessoas sempre brincaram que nessa época, o nome da gripe é o mesmo da música que ganhar o Carnaval. É importante a gente alertar a população, mas também tranquilizar.
De que maneira as instituições brasileiras de saúde pública podem contribuir nesse momento contra o coronavírus?
Acho que alertando a população, fazendo com que essa questão da prevenção seja realmente disseminada. Então colocar a mão quando tossir, passar a lavar bem as mão e evitar aglomerações, como eu falei. Qualquer sintomas que perceber, procurar precocemente uma unidade médica. Em caso de dúvida, é muito melhor ele procurar ajuda do que achar que não é nada e terminar sendo. Nesse momento, a palavra chave é ‘prevenção’. As coisas mudam muito rápido, mas por enquanto o que temos é isso.