A Câmara dos Deputados elegeu nesta terça-feira (8/12) a chapa formada por partidos de oposição e por dissidentes da base governista – incluindo deputados do PMDB – para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. Foi eleita a chapa 2, com 39 participantes e o apoio de 272 deputados. Como a comissão especial será formada por 65 membros, os 26 deputados restantes serão eleitos nesta quarta-feira, em eleição suplementar. A chapa 1, apoiada pelo governo, obteve 199 votos. Após a eleição, deputados que apoiam o afastamento da presidente comemoraram gritando, em coro, ”Impeachment, impeachment”. Por outro lado, deputados favoráveis à permanência de Dilma Rousseff no cargo ergueram faixas com os dizeres ”Não vai ter golpe”, aproveitando os microfones para criticar os procedimentos adotados na eleição. Para o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, cometeu ilegalidades ao determinar que a votação fosse secreta e ao permitir que partidos de oposição apresentassem uma chapa alternativa. ”A primeira ilegalidade é política. Nós enterramos o papel do Colégio de Líderes, na medida em que o líder não pode mais indicar nada, tudo que é decidido em Colégio de Líderes é depois alterado pelo presidente [da Câmara], em conluio com a oposição”, esbravejou o líder do governo. Guimarães ainda minimizou a vitória da oposição. ”Esta vitória foi construída por mudanças de regras. É uma vitória que não atinge os objetivos da oposição, que quer construir votos para o impeachment da presidente”, disse ele, referindo-se aos 342 votos necessários para a aprovação, pela Câmara, do início do processo de impeachment (2/3 dos deputados).