O vereador Tinho (PV), presidente da comissão responsável pelo processo de impeachment da prefeita de Jequié, Tânia Britto (PP), não descarta votar pelo afastamento da gestora, caso sejam comprovadas as irregularidades que culminaram na abertura da ação. Em entrevista ao site Bahia Notícias na tarde desta quarta-feira (2/12), Tinho declarou que não deve obstruir a continuação do processo. ”Serei favorável. Jamais seria contra, caso seja comprovado o ato de improbidade”, revelou. De acordo com ele, Tânia terá até 10 dias, contados a partir da data de notificação da abertura do processo, para apresentar sua defesa. Já a comissão, formada também pelo vereador Beto de Lalá (PSB), relator, e o vereador Chico de Alfredo (PDT) terá que emitir em até cinco dias parecer pelo prosseguimento ou arquivamento da peça. Os trabalhos devem durar 90 dias. A admissibilidade do processo que colocou o futuro de Tânia Britto na prefeitura da Cidade Sol em xeque tem o endosso do vice-prefeito Sérgio da Gameleira (PSB). Com relações rompidas com a prefeita há mais de um ano, ele é um dos críticos mais ferrenhos de sua gestão. Na avaliação de Gameleira, Tânia ”perdeu totalmente a governabilidade”. ”Ela perdeu toda condição política de gerir o município. Na verdade, ela nunca geriu. Ela tem mais de 90% rejeição, não tem condição popular. Há dados legais que dão substância ao pedido de afastamento”, criticou o vice-prefeito. Ele também a acusa de ter fugido da cidade após perceber o agravamento de sua situação política. ”Ela ficou sabendo da notificação e fugiu do município. Ela não tem aparecido ao gabinete”, afirma. Maior beneficiário de um possível afastamento de Tânia Britto, já que assumiria a prefeitura, Gameleira nega pensar no benefício próprio ao apoiar o impeachment da gestora – apesar de tentar viabilizar uma candidatura a prefeito nas eleições de 2016. ”Independente de quem seja o vice-prefeito, eu apoiaria. Existem 36 ações no MP e MPF contra ela. Os terceirizados estão há 4 meses sem receber salário. São vários desmandos”, brada. A admissibilidade do processo de impeachment da prefeita foi aprovada na terça (1º), por unanimidade, pela Câmara de Vereadores do município. A carta branca dos edis para o início do processo que pode culminar no fim do mandato da prefeita se deu com base em ação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e requerimento do cidadão Rafael Pereira dos Santos. Nos processos figuram acusações de que a prefeita teria cometido diversas irregularidades contra a Educação do município, desde contratação irregular de professores pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda) até o não pagamento de empresas responsáveis pelo transporte escolar em Jequié. Além do momento de fragilidade política, demonstrado pela unanimidade na aprovação do prosseguimento de seu impeachment, Tânia convive, ainda, com índices de rejeição popular que beiram os 95%, de acordo com pesquisas locais. Procurada pelo Bahia Notícias, Tânia Britto não atendeu e nem retornou às ligações.