O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou nesta quarta-feira (18/11) que o surto de microcefalia que atinge estados nordestinos é gravíssimo e que as mulheres devem avaliar os riscos de uma gravidez com a família e médicos antes de tomar uma decisão. “Sexo é para amador, gravidez é para profissional. A pessoa que vai engravidar precisa tomar os devidos cuidados. Ninguém deve engravidar ao acaso, deve ser feito um planejamento para uma maternidade responsável”, declarou. Balanço divulgado na terça-feira (17) pelo Ministério da Saúde revelou que sete estado do Nordeste já registram 399 casos de microcefalia somente este ano, contra 147 ocorrências da enfermidade em 2014, no Brasil inteiro. Segundo o ministro, se a suspeita de que o vírus zika é causador do surto for confirmada, conforme hipótese investigada pelo governo, a situação pode se estender para outras regiões. De acordo com Marcelo Castro, amostras coletadas do líquido amniótico de duas grávidas da Paraíba com filhos diagnosticados com microcefalia confirmaram a infecção pelo zika vírus. ”Como não tem literatura mundial tratando do assunto, temos que esperar mais dados, mais comprovações. Evidentemente vamos reunir todos os cientistas, todos os envolvidos na questão para podermos dizer com segurança se a causa da microcefalia, se esse aumento no Nordeste, principalmente em Pernambuco, foram causados pelo zika vírus”, explicou. Depois dos resultados apontarem esta possível relação, o Ministério da Saúde informou nesta terça que é ”altamente provável” que os demais casos já registrados em sete estados nordestinos também tenham relação com o vírus. Segundo Castro, ainda não há previsão de novas medidas a serem tomadas em relação ao surto. Nos casos de microcefalia, o bebê nasce com o perímetro da cabeça menor do que a média, que é acima de 34 cm. Em quase 90% dos casos, a anomalia está ligada à deficiência mental. Presente no evento, a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margareth Chan afirmou que está acompanhando o processo investigativo. ”É preciso enfatizar que essa ligação [com o zika vírus] ainda não está determinada”, afirmou. ”Precisamos continuar o trabalho. Estamos acompanhando as novas descobertas, e o governo está tomando ações”, disse.