Os bancários entram em greve nesta terça-feira (6/10) em todos os estados do país, após quase dois meses de negociações fracassadas entre as representações de trabalhadores e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Na Bahia, a paralisação foi aprovada na última quinta-feira, durante assembleia, em Salvador. Na segunda (5), uma reunião esvaziada – com cerca de 60 trabalhadores – organizou a atuação de sindicalistas no fechamento de agências nos municípios baianos e outras ações de greve.
Em Jaguaquara, nesta terça-feira, os bancários aderiram à greve da classe e as unidades do Bradesco, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Caixa Econômica Federal não funcionarão nesta quarta-feira. Os clientes poderão fazer saques, transferências e as outras operações por canais alternativos de atendimento como: caixas eletrônicos, casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados, aplicativos de celular, internet banking, entre outros. O diretor do Sindicato dos Bancários de Jequié e Região, Celso Argolo, esteve em Jaguaquara cobrando adesão dos bancários à greve. Segundo Argolo, os trabalhadores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. ”Hoje teve início a nossa greve depois de várias tentativas de negociações. Os banqueiros ofereceram apenas 5.5% de aumento salarial, enquanto nós reivindicamos o reajuste de 16%. Eles oferecem apenas 5.5% e, em contrapartida, o Bradesco, por exemplo, oferece 81% de reajuste salarial para a diretoria do banco e isso é um absurdo. Eles estão tentando subestimar a capacidade dos bancários e nós estamos exigindo mais respeito a esses profissionais, que são eles que contribuíram para a lucratividade dos bancos nos últimos meses. Eles, os banqueiros, tem possibilidade de atender as reivindicações dos bancários. A greve começou e não tem data para acabar, enquanto eles não negociarem, não demonstrarem interesse de reajustar os salários dos bancários e aqui na região a greve já começa forte”, disse.
Em Jaguaquara, apenas o Banco Sicoob não aderiu ao movimento grevista. A proposta apresentada pela Febraban, rejeitada em assembleias, oferece reajuste salarial de 5,5%, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23. A Federação propôs ainda PLR pela regra de 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22 e parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16).