O paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenado por tráfico de drogas na Indonésia, reagiu com ”surpresa” e um discurso ”delirante”, ao ser informado de sua execução, segundo informou um diplomata brasileiro que acompanhou o anúncio. Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi preso em julho de 2004 após tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. “Ele reagiu com muita surpresa e pensou que toda a movimentação ao redor dele não estava relacionada ao seu caso”, disse Monteiro à BBC Brasil por telefone. “Ele fez uma série de declarações desconexas, estava totalmente disperso, com um discurso aproximando-se do delirante. Ficou evidente o grau de desconexão dele com a realidade”, completou. Gularte foi condenado à morte em 2005. Autoridades não divulgaram uma data, mas a pena poderá ser cumprida a partir da tarde de terça-feira (horário local), após as 72 horas de aviso exigidas pela lei indonésia. A família do brasileiro tentava convencer as autoridades do país asiático a reverter a pena após o réu ter sido diagnosticado com esquizofrenia. Com o anuncio deste sábado, Gularte será o segundo brasileiro a ser executado na Indonésia. Em janeiro, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi fuzilado após ser condenado à morte por tráfico de drogas. O advogado de Gularte, Ricky Gunawan, disse que entrará com recurso na segunda-feira (27) para tentar reverter a decisão. ”Condenamos fortemente esta decisão. Isto prova que o sistema legal indonésio não protege os direitos humanos. O fato de que um prisioneiro com uma doença mental possa ser executado é mais do que um absurdo”, disse. Outros nove presos também devem ser executados, entre os quais estão cidadãos da Austrália, França e Nigéria.