Ao liderar a lista de políticos suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras, o Partido Progressista (PP) sofre as consequências do escândalo mesmo fora do âmbito da operação Lava Jato. A senadora Ana Amélia Lemos (RS), que não consta no grupo de 30 nomes do partido que serão alvo de investigação, admite que o prejuízo para o PP é grande e vai avaliar a possibilidade de deixar a legenda. Em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, ela revelou ter recebido convites do PSDB, do PRB e do Solidariedade. ”Que o partido sai enfraquecido não há dúvida”, disse Ana Amélia. Ela lembrou o exemplo do PP do Rio Grande do Sul, que teve cinco de seus seis deputados federais incluídos na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. ”O desgaste político da simples inclusão desses cinco nomes é irreparável. Mesmo que sejam inocentados, o desgaste político existe”, afirmou. O único representante da bancada gaúcha do PP na Câmara que ficou de fora é Covatti Filho, cujo pai, o ex-deputado Vilson Covatti, também teria recebido propina, de acordo com o depoimento do doleiro Alberto Youssef. Segundo Ana Amélia, é preciso prudência para não cometer injustiça com os colegas que estão sendo investigados pelo Ministério Público, mas ainda não foram denunciados. No entanto, ela ressalta que prudência não significa “tolerância com a impunidade”, e defende que os políticos que forem denunciados sejam expulsos do PP. “O partido não pode ser complacente com nenhum delito, nenhum crime, nenhum ato de corrupção”, avaliou. Ana Amélia argumenta que o governo federal tinha conhecimento de que o PP estaria no centro das investigações da Lava Jato e, por isso, tirou do partido o Ministério das Cidades no início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), antes de a lista de Janot vir a público. Segundo a senadora, esta é uma evidência de que a legenda, nacionalmente, perdeu a expressão que tinha. ”Foi uma demonstração de que o governo já sabia que o partido seria atingido profundamente e se antecipou a este processo”, disse. Agência Estado