Em um gesto contraditório, o PP decidiu retirar dos quadros da CPI da Petrobras seus deputados enrolados no escândalo do petrolão – e, ao mesmo tempo, reforçou a soberania do partido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada estratégica por julgar os recursos contra possíveis processos de cassação de mandato no futuro, segundo publicou a revista Veja. O deputado baiano e filho do vice-governador João Leão (PP), Cacá Leão (PP), não é mais membro da CPI na Câmara Federal, que irá investigar o esquema de corrupção na Petrobras. João, pai de Cacá, aparece na lista dos 34 congressistas que tiveram o pedido de abertura de inquérito aceito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (6). Cacá vai ser substituído na CPI deputado Beto Rosado (PP-RN), mesmo tendo afirmado que o fato do seu pai estar na lista da Operação Lava Jato não iria interferir no seu trabalho. A cúpula do PP em Brasília também decidiu pela substituição dos deputados Lázaro Botelho (PP-TO) e Sandes Júnior (PP-GO), que assim como João Leão serão investigados pela corrupção na estatal. As vagas deixadas por Lázaro e Sandes serão ocupadas por Fernando Monteiro (PP-PE) e Ezequiel Fonseca (PP-MT). O PP é o partido que tem o maior número de políticos envolvidos na Operação Lava Jato. Ao todo, 49 pessoas da sigla serão alvo de inquérito, sendo 12 senadores e 22 deputados filiados a legenda partidária.