Por Osvaldo: A estratégia de Rui Costa para 2016

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O jogo sucessório de 2016 está longe, mas as apostas de figuras de proa do governo Rui Costa já indicam que o governador do PT tentará, a todo custo, dificultar (ou impedir) a reeleição do atual prefeito de Salvador, ACM Neto. Candidato natural e com expectativa de chegar fortalecido nas urnas, o prefeito poderá enfrentar uma base ligada ao petista pulverizada. A intenção do comando do Palácio de Ondina seria dispersar os próprios aliados, incentivando o lançamento de até cinco candidaturas governistas. ”Só assim para tentar levar a disputa para o segundo turno”, como disse um influente integrante do PT. Isso, devido à expectativa de o prefeito chegar robustecido pelas ações do seu governo na capital baiana. A principal dificuldade para o democrata, na visão dos observadores do governo, seria ele chegar sem apoios suficientes, que lhe permitam ter um expressivo tempo na propaganda de rádio e TV.

Na base do governo Rui, cinco possíveis candidaturas são aventadas. Entre elas, destaque para o senador Otto Alencar, do PSD, ou seu líder na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Alan Sanches, que é bem votado em Salvador. Otto, apesar de não ter densidade eleitoral na cidade, é um senador com mandato e ex-governador do estado. Fora do PSD, tem a deputada federal Alice Portugal, que deverá se manter na disputa, diferente do que aconteceu no pleito passado, em que foi obrigada a recuar para apoiar o petista Nelson Pelegrino, indicando Olivia Santana para o posto de vice.

Apesar de estar sem partido, o ainda deputado federal Marcos Medrado também deverá se lançar na disputa pelo Palácio Thomé de Souza. Com uma base sólida no Subúrbio Ferroviário de Salvador, Medrado pode ser muito útil para o projeto do governador Rui Costa, de lançar vários nomes de sua própria base e ameaçar o reinado de ACM Neto. O primeiro desafio para ele é conseguir entrar em um partido que lhe dê espaço e tempo de tevê para tocar a campanha. Outro nome lembrado nas hostis governistas é da senadora Lídice da Mata, do PSB. Lídice, candidata derrotada ao governo do estado, também tem base na capital e poderia ajudar a embolar o jogo sucessório de 2016. Outra possibilidade aventada seria a união de Lídice e Alice, relembrando o trio Lídice, Salete e Bete.

Agora, uma pergunta que não quer calar: e o PT, como ficará nessa história? O partido do governador conseguirá assistir a disputa pela Prefeitura da terceira maior cidade do país passivamente, de camarote? Há quem garanta no próprio governo estadual que não. No páreo da sigla, largam na frente os já conhecidos Nelson Pelegrino (que apesar de estar no governo e ter assumido o compromisso de não deixar o Executivo estadual para disputar a Prefeitura) pode se lançar no páreo. Outro nome do partido que é colocado sempre na conta é o do senador Walter Pinheiro. Com mandato garantido até 2018, Pinheiro é um candidato forte e já disputou a prefeitura da capital, além de ter know how suficiente para isso. O único empecilho seria decorrente do episódio do Instituto Brasil, quando fez comentários para a revista Veja que deixaram muita gente na sigla de cabelo em pé. Outros nomes do PT, como o deputado Valmir Assunção ou os vereadores Gilmar Santiago e Henrique Carballal, se colocam na disputa, mas sem muita chance de se viabilizar. Na verdade, a estratégia de Rui é colocar o maior número possível de candidatos para tentar fragilizar ACM Neto e levar algum dos seus aliados para a segunda fase do pleito. Já o prefeito do DEM precisa de estrutura partidária e tempo de TV para se manter no posto até 2020, ou, se preferir, 2018, quando poderá deixar o Thomé de Souza e tentar brigar pelo Palácio de Ondina. A conferir.

Por Osvaldo Lyra