Os jornais franceses destacam hoje (9), segundo dia de luto nacional, a operação policial para encontrar os autores do atentado contra o semanário Charlie Hebdo, com muitos retomando a frase “Eu sou Charlie” na primeira página. No diário Libération, a fotografia de um agente das forças de elite em uma rua aparentemente calma da região da Picardia ocupa toda a primeira página, com o título “A perseguição”. No editorial intitulado “Liberdade, a nossa bússola”, o diretor do jornal, Laurent Joffrin, escreve que “os terroristas não têm nenhuma hipótese de fazer prevalecer a sua louca tirania”. “No momento da tempestade, [a liberdade] é a única bússola disponível e o cidadão ontem desencantado fica disposto a arriscar sua vida para conservá-la, como os cidadãos do Charlie Hebdo que vão continuar a sua missão na nossa casa“, conclui o editorial do diário que acolhe, a partir de hoje, os jornalistas do veículo atacado na quarta-feira (7). Na capa do Le Parisien, a fotografia de uma mulher colocando flores no prédio do Charlie Hebdo também ocupa toda a primeira página, com o título “O terrível relato dos sobreviventes”, em referência ao testemunho do jornalista Laurent Léger, que participava de reunião na redação quando entraram os atacantes, mas conseguiu escapar. O editorial “Um ímpeto de fraternidade” destaca “o testemunho dos que escaparam por milagre”, o que “confirma o horror absoluto do que se passou na quarta-feira de manhã“.