O governador Jaques Wagner (PT), que deixa o comando do Estado em 12 dias, já comunicou que integrará a chamada “articulação política” do segundo governo da presidente Dilma Rousseff (PT), apesar de ainda não ter confirmação da função que a líder nacional irá nomeá-lo. Depois de ter seu nome especulado em meia dúzia de ministérios, o último a ser cogitado, o das Comunicações, teria uma maior probabilidade de o petista comandar, principalmente porque a presidente pensa em transferir toda a verba de publicidade do governo, administrada atualmente pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), para a pasta. Além disso, em 2015, o ministro das Comunicações passaria a despachar no Palácio do Planalto. Batendo o ponto na sede do Executivo Federal, Wagner integraria o chamado “núcleo duro” do governo petista, apesar de o governador preferir nomeá-lo de “núcleo flexível”. Caso o martelo para o MC seja batido, o petista seguirá a “mesma trajetória” do ex-senador ACM, como o próprio político fez questão de apontar em entrevista ao jornal Correio da Bahia, publicada neste sábado (20). “Se eu for para o Ministério das Comunicações como estão especulando, aí é que vão dizer que minha vida é seguir os passos de Antônio Carlos Magalhães”, afirmou o líder baiano, bastante sorridente, conforme publicação.
A carreira de ACM
Depois de governar a Bahia por quatro anos (1980-1983), ACM assumiu, em 1985, o Ministério das Comunicações do governo do presidente José Sarney (PMDB), primeiro governo que sucedeu o regime militar. Após cinco anos à frente do ministério, ACM voltou a governar novamente a Bahia, onde foi eleito pela primeira vez por voto popular. Três vezes chefe do Poder Executivo baiano, ACM emplacou o seu sucessor, Paulo Souto (1995-1998), depois César Borges (1998-2002), que era vice-governador, e novamente Souto (2003-2006). A era Carlista, sempre com ampla maioria na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), durou quase 25 anos, contados desde a primeira vez em que ACM assumiu, democraticamente, a administração do Estado.
Jaques Wagner assumiu o Estado em 2006 e se reelegeu em 2010, sendo o primeiro governador a obter dois mandatos consecutivos. Nas eleições deste ano, Wagner, que também contou com ampla maioria na Alba durante seus oito anos de governo, também emplacou seu sucessor, o governador diplomado Rui Costa (PT). Agora, Wagner vai virar ministro de Dilma e depois, quem sabe, poderá ter vontade de voltar a governar a Bahia e depois se tornar senador, igual ao seu adversário político, bastante combatido pelo seu partido, o PT. Iniciada em 2006, o “Wagarismo” permancerá pelo menos até 2014, quando serão completados 12 anos da era, liderada, agora, pelo “Neocabeça Branca da Bahia”. Leia aqui.