Ainda não foi desta vez que o processo de votação das contas relativas ao exercício financeiro de 2012, de responsabilidade do ex-prefeito Ademir Moreira, deu entrada na pauta da Câmara de Jaguaquara. As razões oficiais para o adiamento, segundo informações da Câmara Municipal, é que a Casa ainda não recebeu a confirmação do ex-prefeito de ter recebido o ofício enviado pelo Poder Legislativo sobre o processo de votação. A notícia foi uma ducha de água fria para alguns dos parlamentares, que foram à sessão desta quinta-feira (16) para apreciar as contas do ex-alcaide. Os vereadores disseram ainda terem sido pegos de surpresa, com a ausência do presidente, Francisnei Santos (PP), que sob alegação de que enfrenta forte problema de saúde, não pôde comparecer e foi substituído pelo vice-presidente, Edilso Brustolin (PSL), que presidiu a sessão desta quinta, tendo afirmado que também aguarda a data definitiva para votar as contas. Edilson (Caneço), disse que, em oportunidade anterior, teria dito que se votasse pela aprovação das contas de Ademir, rejeitadas pelo TCM por constatação de irregularidades não teria vergonha, mas assegura que ainda não decidiu qual será o seu posicionamento.
Empate – dos vereadores que estiveram na sessão, três se posicionaram favoráveis a aprovação e três declararam ser contra a aprovação. Edmilson Barbosa (PTB), Zacarias Oliveira (PP) e Valdir Santos (PHS) não escondem que votarão com Ademir. Na tribuna, os edis afirmaram que o julgamento é político, e que o ex-prefeito fez muito por Jaguaquara e não pode ser punido em julgamento político. Já os petistas da Casa, dois opositores e um governista, Jurandir Araújo, Adailson Mancha e Resenildo Pirôpo se mantém firmes pela reprovação. O líder da minoria, Pirôpo, chegou a dizer que a Câmara faz manobra política, postergando a cada sessão a votação. O parecer elaborado pelo TCM-BA recomenda a rejeição das contas e aponta irregularidades referentes à ausência de informações e não apresentação de documentos em processos licitatórios, além de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Para reverter à reprovação do Tribunal de Contas dos Municípios, Ademir precisa de 10 votos. Nos bastidores da Câmara, os comentários são de que o apito final dependerá do atual prefeito, Giuliano Martinelli (PP), que tem ao seu lado a grande maioria dos parlamentares na Câmara e não lhe faltaria poder para interceder a favor do padrinho político, que lhe deu importante parcela de contribuição para vencer a emblemática eleição em 2012.