Vereadores oposicionistas de Jaguaquara reagiram contra a decisão do presidente da Câmara Municipal, Francisnei Santos (PP), que anunciou oficialmente a suspensão da sessão ordinária marcada para esta quinta-feira (2), quando seriam julgadas as contas do ex-prefeito Ademir Moreira (PMDB), referente ao balanço financeiro do exercício de 2012 da gestão anterior. O presidente afirmou que foi determinada a suspensão da sessão, pela Mesa-diretora, alegando que o momento não era propício para votação das contas, em face ao período eleitoral e que a sessão poderia se transformar num ”fato político”, podendo, inclusive, influenciar no resultado das eleições no município. Contudo, as contas do ex-prefeito entrariam na pauta da sessão cancelada, mas o julgamento, de qualquer forma, seria interrompido por um pedido de vista apresentado pelo líder da minoria na Casa, Nildo Pirôpo (PT). Já o oposicionista disse que o pedido de vista não impede a sessão de ser realizada, e demonstra seu descontentamento com a decisão do presidente, afirmando que a intenção da Câmara era fazer ”uma manobra amigável” entre os vereadores governistas para votar as contas sem que houvesse divulgação nos meios de comunicação sobre a sessão que, para o petista, seria histórica. ”A sessão iria acontecer sim, mas depois que nós fomos à rádio, depois que o blog se manifestou a sessão foi adiada, porque eles sabiam que o povo iria marcar presença para saber quem votaria contra ou a favor das contas. Essa é uma decisão que foge as regras da casa e nós não podemos aceitar essas atitudes. A casa é do povo e existem problemas na cidade que poderiam ser discutidos hoje. A sessão iria seguir normal depois do pedido de vista e passaríamos a discutir outros assuntos”, lamenta Pirôpo.
Mais enfático, o vereador Adailson Mancha (PT) também entrou em contato com a redação do BMF para comentar o cancelamento da sessão, tendo afirmado que estava ”indignado”. Segundo o parlamentar, ele não foi comunicado da decisão do presidente. ”Eu liguei hoje pela manhã para a câmara e me falaram que não iria ter sessão. Eu fiquei surpreso, e perguntei: quem morreu em Jaguaquara? Quer dizer que, se eu não ligo, iria ficar sem saber?”, questiona. Adailson disse que a suspensão da sessão não passa de um jogo político.”O que é que tem haver se domingo tem eleição ou não? Se tava marcada para hoje a sessão tinha que acontecer. Isso é jogo entre eles lá, (vereadores governistas), tudo do mesmo grupo. Eu fico virado na zorr… com uma palhaçada dessas. Tem funcionários da prefeitura com dois meses de salários atrasados, tem escola toda abandonada na zona rural, tem tanto problema para a gente discutir, não é só votação de contas não. Mas infelizmente, isso é Jaguaquara”, brada o petista.